O presidente do V. Guimarães, Júlio Mendes, anunciou nesta terça-feira, dia em que tomou posse, que os salários do plantel profissional serão pagos por fases, em resposta a uma situação financeira «ainda pior» do que a esperada.

«Tive esta semana uma equipa no clube a apurar com detalhe a situação financeira e é deveras preocupante, de muito difícil equilíbrio e sustentabilidade», disse no final cerimónia e citado pela «Lusa».

«Vamos ter de resolver outras questões importantes que interferem com o funcionamento da própria atividade do clube e isso vai condicionar a distribuição dos recursos», argumentou.

«A solução poderá não ser tão rápida como as pessoas desejariam, mas vai resolver-se», garantiu, para revelar conversas com os futebolistas. «Senti abertura por parte deles, mas claro que percebo que não fiquem satisfeitos por ter de haver um escalonamento, mas que será curto e razoável», contou. «Vou reunir novamente com eles quinta-feira para lhes explicar com mais detalhe a situação», acrescentou.

Os jogadores do Vitória têm quatro meses de ordenados em atraso. Júlio Mendes prontificou-se a pagar parte deles «logo no início da próxima semana».

Quanto à questão financeira do Guimarães no seu todo, o presidente considera que «o problema é a curto prazo» e explica: «Até junho, temos de ter um encaixe de cerca de 4,5 milhões de euros, que virá de investimento privado e não da banca, porque isso seria adensar o endividamento e hipotecar o património. A situação é ainda pior do que antecipáramos e se os sócios ficarem passivamente à espera que esta direção opere um milagre, o risco de pesadelo é real. Usando uma linguagem futebolística, estamos em período de descontos e estamos a perder.»

Mendes anunciou ainda que o futebol terá uma nova era «com uma forte aposta na formação».