Carlos Costa, presidente da Comissão de Gestão do Vitória, não testemunhou a tentativa de execução de uma penhora, esta terça-feira, em Setúbal, mas o vice Ronald Inácio manteve-o a par. E «escandaloso» foi como o dirigente qualificou o sucedido. «O Vitória faz questão de pagar a toda a gente», soltou, a propósito.
«Preciso de tempo e esse tempo para mim é precioso», disse Carlos Costa, referindo-se à dívida que levou dois solicitadores ao Bonfim para executarem uma penhora da empresa espanhola Acessoriamento Deportivo, reclamante de cerca de 400 mil euros relativos aos direitos desportivos de um antigo jogador, Kassumov.
«Não se podem penhorar bens que pertencem ao Vitória e não ao executado», reiterou Carlos Costa, já depois de Ronald Inácio ter explicado a situação durante o dia à comunicação social presente em Setúbal.
Crente de que estes acontecimentos em nada beneficiam os intervenientes, o presidente do Vitória disse restar-lhe «manter a postura dialogante, esperando que as outras partes tenham o bom senso de ver que estes acontecimentos só servem para piorar a situação».
Paco Moreno aguarda resposta do tribunal
Tempo é, no entanto, algo que Paco Moreno, principal accionista da empresa espanhola credora dos 400 mil euros, não está disposto a esbanjar, garantiu esta terça-feira ao Maisfutebol, pois a dívida soma já nove anos. «O que aconteceu hoje era para ter acontecido a 8 de Maio, eu é que pedi um adiamento baseado na palavra de Carlos Costa», lamentou.
Desde então Paco Moreno disse que telefonou «mais de 40 vezes» ao presidente do Vitória, que lhe comunicou que estaria disposto a protelar o pagamento da dívida «com garantias bancárias» e que por não ter respostas acabou por desistir de querer falar com o dirigente.
«Para já vou esperar a resposta do tribunal», comentou, convencido de que entre os bens a serem penhorados - estádio, autocarro, passes de cinco jogadores, equipamento de escritório e material informático - há pelo menos um que é pertença da SAD do Vitória. «O crédito da Pluripar», exemplificou Paco Moreno, empresa detentora dos direitos de superfície dos terrenos do Bonfim por 99 anos.
Na opinião de Paco Moreno a tentativa falhada de execução «em nada beneficia o Vitória», pois só reforçará o pedido de insolvência da SAD, em apreciação pelo Tribunal de Setúbal, face à ausência de meios financeiros para liquidar a dívida.