O cenário de demissão da direcção do Vitória de Setúbal começa a ganhar contornos cada vez mais reais. O adiamento cada vez mais prolongado de uma solução para a crise financeira que se abate sobre o clube, com a face mais visível sobre os jogadores que já não recebem há dois meses, pode levar à demissão do presidente Chumbita Nunes.
O actual responsável máximo do Vitória apenas termina o mandato no próximo ano, mas já por diversos momentos ameaçou «bater a porta». Agora que o clube está numa situação extremamente difícil, para alguns dramática», Chumbita Nunes realiza os últimos esforços para salvar, no imediato, uma equipa.
No imediato porque, para já, a equipa profissional não recebe há dois meses, depois há dívidas na equipa B e, após a solução destes problemas, volta-se ao início e não se encontra solução para um equilíbrio financeiro.
Eleições e acordo pendente
A direcção do clube, e da SAD, vai tentar nos próximos dias uma derradeira solução para desbloquear algum suporte financeiro, que poderá ter a ver com um acordo de terrenos e de um posto de combustível, com a contribuição da autarquia. Mas aqui reside outro problema. A Câmara de Setúbal, que detém 40 por cento da SAD do clube, pode mudar de «cor» partidária nestas eleições e isso atrasaria, irremediavelmente, a resolução dos problemas imediatos.
Certo é que a próxima semana será decisiva. Os jogadores esperam a chegada de dinheiro, e não estão dispostos a esperar muito mais. Se não houver acordo e não houver pagamento de salários, o cenário da demissão da direcção do Vitória de Setúbal será um dado certo.
Confrontado com essa possibilidade esta manhã, Norton de Matos reagiu da seguinte forma: «Penso que as pessoas apenas tomam a decisão de sair quando não têm qualquer solução para a situação. Será porque sentem incapacidade para resolver o problema. E então será a altura de abrir a porta para outro entrar.»