Uma primeira parte recheada de erros resultou em três golos neste Vitória-Gil Vicente jogado com um relvado húmido e traiçoeiro e com mais vontade do que qualidade técnica. O que se viu logo ao minuto dois teve repetição mais à frente

O Bonfim ainda não tinha festejado um ponto dos sadinos e o Gil Vicente ainda não tinha conseguido pontuar fora. Nesta noite, no fecho da jornada seis, pelo menos um deles iria conseguir uma dessas coisas. Pois bem, conseguiram ambos graças a um empate a duas bolas, com três golos a surgirem de falhas incríveis e um outro de uma jogada genial.

O jogo começou com o golo do Vitória. Ainda ninguém tinha feito nada na partida e os sadinos chegaram à área do Gil Vicente. Colocaram-na lá, Adriano saltou com um colega e falhou a interceção. Rafael Martins aproveitou para fazer o 1-0, num golo fácil.

Ainda estava o Vitória a festejar e já sofria o empate, com Cohene a falhar do lado sadino. Viana tinha cruzado para a área, Vilela apareceu sozinho ao segundo poste e serviu Bruno Moraes para o empate. Simples, num golo demasiado fácil para o brasileiro.

Depois, sim, conseguiu-se perceber o que era este Vitória-Gil Vicente. As duas equipas estruturadas em 4x3x3, mas com protagonistas a meio-campo que diferenciavam e muito o jogo das duas equipas.

O Vitória tinha três médios mais de força, de garra, o Gil Vicente dois mais técnicos em João Vilela e César Peixoto. Era uma questão de estilo apenas, porque à saída para o descanso havia oportunidades para os dois lados. Só que também havia 2-1.

Um erro incrível de Halisson, num passe mal medido para Adriano, deu azo a que Ricardo Horte ficasse com a bola. O guardião ainda defendeu o primeiro remate, mas a bola sobrou para Paulo Tavares, que o tinha pressionado. O sub-capitão sadino marcou, mais uma vez, o terceiro golo fácil da noite.

Em suma, houve ocasiões para as duas equipas, mas errou mais o Gil Vicente e por isso saiu para o descanso a perder.

O segundo tempo acentuou os tais estilos. Ou seja, o Vitória continuava a ser uma equipa de luta,à espera de uma saída rápida para o ataque que lhe pudesse resolver o jogo. O Gil teimava em dar a bola a Peixoto para organizar, acompanhado por João Vilela, com este a chegar mais vezes à área contrária. Algo já visto no primeiro tempo, aliás.

Em suma, o que o Vitória precisava tinha o Gil Vicente. Alguém capaz de lançar o ataque e servir bem os alas; o que o Gil precisava tinha o Vitória, com maior intensidade na luta da bola.

Até que chegou o momento do encontro . Avto andava por ali. Era isso que se podia dizer do georgiano. Mas aos 58 minutos teve jogada de génio, João Vilela acreditou que a bola podia ir para ele e surgiu na área. Avto viu-o, serviu-o e Vilela entregou o empate.

Mota mexeu depois e o Vitória melhorou, mas mesmo assim as oportunidades repartiram-se. A uma grande defesa de Servin, seguiu-se uma de Adriano. Empate certo, portanto. Uns já pontuaram em casa, os outros fora. Embora possa saber a pouco aos dois técnicos.