O Vitória meteu-se ao barulho na cimeira em que se discute o quarto lugar da Liga, entre Marítimo e Sporting. No Bonfim, onde já tinham batido os leões, os sadinos travaram uns madeirenses que apresentaram melhor jogo, mas que tiveram do outro lado uma equipa de coração enorme e um guarda-redes ainda maior. O Marítimo pode perder o quarto lugar com o 1-1 do Bonfim.

O Vitória tentou entrar com atitude, com a bola a dirigir-se a Miguelito e a Targino, nas alas. Mas durou pouco. O Marítimo percebeu, por fim, como «encostar» nos sadinos e os três da frente rendiam-se nas posições que entre si deixavam livres. Confuso? Para a defesa sadina também. Foi assim que um passe de João Guilherme descobriu Danilo Dias. Ney falhou a marcação, como o viria a fazer muitas vezes depois, e o 30 dos madeirenses cruzou para a primeira ocasião clara de golo. Havia 13minutos e, nessa altura, o controlo já era dos verde-rubros.

Antes do 1-0, houve outra oportunidade clara. Para o Marítimo, evidentemente, que por esta altura não só dominava, como fazia crer que, dentro de instantes, o resultado ia mudar. Não foi quando Sami permitiu defesa a Diego, foi logo a seguir, quando o guineense serviu Heldon para o golo.

A exibição sadina começou a mudar. Ainda assim, durante o resto do primeiro tempo, a realidade era esta: só de bola parada o Vitória chegava à área. E nunca ameaçou realmente, ou seja, nunca definiu bem os lances. No segundo tempo, ia melhorar. Só podia.

O ferro da fortuna

Um remate ao ferro de Roberto Souza começou a inverter a fortuna. O tiro do brasileiro era para golo, mas a trave da baliza tem destas coisas: não se mexe. O Vitória assumiu o susto e partiu em busca do empate. Foi garra, foi punhos fechados e foi a cabeça de Meyong a atirar para o empate.

Se na primeira parte, a diferença entre as equipas parecia ser tão grande como de Setúbal ao Funchal, o golo de Meyong aproximou-as. Ainda assim, era o Marítimo que rondava o 2-1, apesar de já não estar tão descansado atrás. Pior estava Diego, que nem por um segundo pôde «demitir-se» das funções. O guarda-redes do Vitória segurou o resultado até ao limite. Nas mãos, teve o coração do Vitória, preso por um ponto. Não o deixou cair e a linha para os lugares de descida continua a três pontos.