O V. Setúbal bateu a U. Leiria depois de uma excelente primeira parte em que o adversário ficou a ver jogar. A equipa de José Dominguez só acordou na segunda parte, mas foram os sadinos que estiveram sempre mais perto do segundo golo. Segundo as contas de José Mota, os sadinos ficam agora a três pontos de garantir a permanência no primeiro escalão, enquanto o Leiria continua sem ar, com pouco espaço para recuperar e ainda com jogos de elevado grau de dificuldade pela frente.

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O Vitória entrou no jogo praticamente a ganhar, encontrando, desde o primeiro minuto, um corredor aberto sobre a direita para fazer fluir o seu futebol. Targino descobriu a lacuna no primeiro lance da partida, com um cruzamento bem medido para a cabeça de Meyong. À segunda tentativa, em mais uma investida pelo mesmo flanco, o golo. Cruzamento tenso de Targino às três tabelas, com a bola a sofrer desvios caprichosos nos pés de Bruno Gallo e Miguelito antes de entrar nas redes de Oblak. Tudo demasiado fácil e o Leiria demorou uma eternidade a perceber onde estava a falhar. Obradovic raramente estava na sua posição e os sadinos encontraram ali uma mina, com Ney Santos e Targino a descerem à vez pelo flanco para criarem lances de perigo.

Com o forte calor que se fez sentir no Bonfim, o Leiria esboçou uma ligeira reação, em parte, consentida pelo Vitória, que recuou para ter mais espaço para jogar em contra-ataque. A equipa de Dominguez caiu na armadilha e o Vitória teve várias oportunidades soberanas para aumentar a vantagem, com Targino e Meyong a surgirem destacados na área. Até ao intervalo, o Leiria teve apenas uma oportunidade, num livre de Manuel Curto que obrigou Diego à defesa da tarde, com um voo espetacular para ir tirar a bola junto à barra. De resto só deu Vitória, quase sempre pelos flancos. A defesa do Leiria ainda descaiu um pouco para a esquerda para tapar o buraco de Obradovic, mas nessa altura apareceu Miguelito, com espaços, no lado contrário, a provocar estragos.

José Dominguez estava obrigado a fazer alterações, uma vz que na primeira parte, a sua equipa pura e simplesmente não existiu. Não houve mudanças de jogadores, mas houve uma mudança notória na atitude, com os jogadores, com principal destaque para Djaninny e John Ogu, a assumirem um jogo mais físico, procurando criar desequilíbrios em lances individuais. O Vitória continuava a jogar em contra-ataque, mas agora tinha mais trabalho em termos defensivos e menos disponibilidade para subir em bloco. A primeira oportunidade até foi de Targino, com um forte remate, mas depois o Leiria esteve muito perto do empate, com destaque para uma boa combinação entre Djaninny e Cacá que só não resultou em golo porque Diego, mais uma vez não deixou.

José Dominguez sentiu que o jogo podia cair para o seu lado e arriscou. Primeiro reforçou o ataque com Niklas Barkrot em detrimento de Marcos Paulo, e, logo a seguir, abdicou mesmo do central Haas para compor o meio-campo com Luís Leal. O Leiria passava a defender com três homens, com Manuel Curto a fazer as devidas compensações, mas a equipa demorou a assimilar as mudanças e o Vitória aproveitou para voltar a pegar no jogo. Até final, o jogo seguiu equilibrado, mas as melhores oportunidades foram sempre do Vitória. Mesmo a terminar, Ney Santos teve o segundo golo nos pés mas, destacado diante de Oblak, preferiu a força ao jeito, e o tiro saiu-lhe ao lado.