A leitura do acordão do processo em que João Vale e Azevedo é acusado de se apropriar de verbas do Benfica foi hoje marcada para 2 de julho, no final da sessão de julgamento reservada para as alegações finais, na qual o Ministério Público pediu prisão efetiva para o ex-presidente «encarnado».

O antigo dirigente, que se encontra a cumprir pena de prisão nesta altura, é acusado ainda de branqueamento de capitais, falsificação de documento e abuso de confiança, além da acusação de que lesou o Benfica em mais de quatro milhões de euros. Estão em causa neste processo as transferências dos britânicos Gary Charles e Scott Minto, do brasileiro Amaral e do marroquino Tahar, recorda a Lusa.

O advogado do Benfica, José Marchueta, pediu também a condenação, defendendo que Vale e Azevedo deve ser penalizado não apenas no plano criminal mas também no cível. Decorre nesta altura uma ação em que o Benfica pede cinco milhões de euros de indemnização.

A advogada de Vale e Azevedo, Luísa Cruz, considerou que não foi «produzida a prova suficiente para a acusação» e recorda a situação financeira do Benfica na altura, com «contas penhoradas entre 24 de abril a 13 de junho de 1998». Argumenta que o antigo dirigente «resolveu muitos problemas» ao clube, justificando assim a existência de uma conta-corrente que Vale e Azevedo invoca para ter interposto ele próprio também uma ação cível em que alega que o Benfica lhe deve dinheiro.