Desta vez as boas intenções não chegaram. O Valenciano, «tomba gigantes» da última eliminatória, caiu em casa frente ao Belenenses (1-0). Sai da Taça de Portugal, mas fica, certamente, com o sentimento de dever cumprido, num jogo em que deu muito que fazer ao adversário, que apenas foi mais sólido na defesa, não permitindo grandes veleidades.
Valença do Minho voltou a vestir o traje de gala para acolher novo primodivisionário. Mesmo com o céu nublado e a ameaça constante de chuva, a cidade voltou a responder à chamada, tentando empurrar a sua equipa para novo feito histórico. Os jogadores da casa tentaram responder à altura mas, desta vez, não correu como o previsto.
Num relvado pesado, com algumas clareiras e a piorar com o avançar do relógio, valeu a experiência dos homens do Belenenses, mestres a controlar o jogo depois de um golo que caiu do céu logo nos primeiros dez minutos da partida. Para o Valenciano ficaram as boas intenções. Mas estas não ganham jogos.
Beto resolve no primeiro remate
O Belenenses entrou no jogo praticamente a ganhar. Numa altura de habitual estudo mútuo, um livre de Ivan encontrou Beto na área, com o central de Belém a dar o melhor seguimento à jogada, inaugurando o marcador.
O Valenciano não acusou o golpe e continuou com a estratégia que trazia estudada: segurança na defesa e tentativa de incursões rápidas para o ataque. O flanco direito esteve em evidência com Ruizinho e Vítor Hugo a darem muito que fazer a Tiago Gomes.
Os homens de João Carlos Pereira puseram-se quase sempre a salvo de calafrios, mas no ataque faltou destreza e rapidez de execução para dar o golpe final na turma de Valença.
Valenciano sem direcção e sem treinador
O segundo tempo começou com uma grande oportunidade de golo para o Valenciano, com o central Luís Carlos a aparecer sozinho na área, após livre, mas a não conseguir desviar de Bruno Vale.
O Belenenses não se intimidou e continuou a praticar o mesmo futebol do primeiro tempo, com génese na segurança no último reduto. O Valenciano mostrou querer e atitude, mas a inteligência e, sobretudo, a maior experiência do adversário acabaram por ditar leis.
O jogo terminou com consequências mais graves para os da casa. A direcção pediu a demissão após problemas com a autarquia e o técnico Berto Fernandes, solidário com a decisão, sai também. O clube terá agora de encontrar uma nova solução directiva e técnica.
O Belenenses acaba por passar de forma justa tendo em conta a astúcia com que abordou o jogo frente a uma equipa que só por uma vez tinha perdido em casa esta temporada, no campeonato da III Divisão.
FICHA DE JOGO
Estádio Dr. Lourenço Raimundo
Árbitro: Hugo Pacheco, assistido por José Melo e Vítor Carvalho
Valenciano: Vítor Nuno; Vítor Hugo, Hélder, Luís Carlos, Nuno Gomes (Linhares, 68 min); David, Luís Ramos, Braima (Fusco, 68 min); Ruizinho, Tchocomar e Everton.
Não utilizados: Óscar, Ricardinho, Francês e Paulinho
Treinador: Berto Fernandes
Belenenses: Bruno Vale; Mano, Beto, Diakité, Tiago Gomes (Pelé, 90+1 min); Gabriel Gómez, Celestino, Barge, Ivan (Fellipe Bastos, 71 min); Fredy (André Almeida, 63 min) e Lima.
Não utilizados: Assis, Devic, Dani e Freddy Adu.
Treinador: João Carlos Pereira.
Golos: Beto (8 min)
Disciplina: Amarelo para Luís Carlos (39 min), Everton (44 min); Tiago Gomes (37 min), Beto (42 min)