Dois meses depois o Sporting voltou a perder. A formação leonina foi uma sombra ténue da equipa que somou dez vitórias seguidas e saiu naturalmente derrotada da Roménia, onde o Vaslui fez por merecer os três pontos. Um golo de Zmeu, aos trinta minutos, fez o resultado final de um jogo pobre.

As más notícias para o Sporting, porém, não terminaram na derrota: Rinaudo lesionou-se aos nove minutos, foi substituído por André Santos e seguiu directo para o balneário. O argentino ficou com o pé preso na relva, num carrinho, tendo torcido o tornozelo. Para já preocupa: no mínimo preocupa.

Rinaudo foi de resto um dos cinco jogadores que repetiram a titularidade. Domingos aproveitou o facto de já ter a qualificação garantida na Liga Europa e lançou seis jogadores novos: Marcelo Boeck, Pereirinha, Rodriguez, Evaldo, Bojinov e Carrillo. Mais tarde juntou-se-lhes André Santos.

A equipa ressentiu-se, naturalmente. Muito lenta e denunciada, sem criatividade ou velocidade, demorou uma eternidade a criar situações de golo. Ao longo de toda a primeira parte, aliás, só nos quinze minutos finais ameaçou num remate de Carrillo e num chapéu mal calculado de Bojinov.

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Tudo o resto foi posse de bola inofensiva e improdutiva. O Vaslui, por outro lado, mesmo ser um adversário brilhante, teve vontade e agressividade, foi mais forte a atacar a bola, saiu ainda assim algumas vezes com mais clarividência para o ataque, por isso fez um golo e ameaçou mais dois ou três.

O golo que valeu o triunfo, de resto, nasceu de uma de muitas falhas leoninas em bolas aéreas: Zmeu aproveitou uma bola mal atacada, ganhou o ressalto e rematou contra Pereirinha, traindo Marcelo. O brasileiro foi aliás dos melhores do Sporting, negando um golo certo a Yero Belo na segunda parte.

A segunda parte que começou com Wolfswinkel no lugar de Bojinov e com Capel muito mais em jogo. O Sporting já não vivia apenas dos arranques de Carrillo, ele que não se cansou de esticar o futebol leonino e deixar mais bons pormenores. Apesar das melhorias, ainda faltou muito ao Sporting.

Faltou sobretudo dinâmica no meio-campo para não viver de arranques individuais. O Vaslui, por exemplo, teve-os em mais duas ou três saídas rápidas em contra-ataque, que tornaram mais próximo o segundo golo romeno do que o primeiro português. Só num desvio de Wolfswinkel houve real ameaça.

Por isso somou a primeira derrota na Liga Europa (que não lhe rouba a liderança, para já) e, pior do que isso, perdeu o balão de confiança que tinha ganho com dez vitórias seguidas. Ainda assim não deixa de ter a compensação de ter alinhado com uma equipa muito distante do habitual onze mais forte.

Resta dizer que a derrota até podia ter sido evitada se o árbitro tivesse marcado um penalty sobre Diego Rubio, mesmo no último instante de jogo. O chileno caiu na área e viu o amarelo, por simulação, uma decisão que parece errada. Por isso os jogadores acabaram o jogo em cima do árbitro islandês.