O Cairo está novamente a ferro e fogo: a sede da Associação de Futebol do Egito e vários edifícios estatais foram este sábado incendiados, horas depois de ter sido conhecida uma sentença do tribunal que condena à morte vários adeptos culpados do massacre ocorrido no ano passado num estádio.
Em fevereiro de 2012, recorde-se, há mais de um ano, adeptos do Al Masry invadiram o relvado no final da partida com o Al-Ahly, em Port Said, dando origem a uma batalha campal que causou 74 mortos. O treinador português Manuel José estava no Al-Ahly e chegou a ser atingido com pontapés e socos.
Ora um ano depois, o tribunal penal do Cairo confirmou as condenações à morte pronunciadas em janeiro contra 21 dos 73 adeptos que foram levados a julgamento, na maioria apoiantes do Al Masry. Para os restantes acusados, o tribunal emitiu penas que vão de um ano de prisão até prisão perpétua.
Ora na sequência da confirmação das penas de morte, os adeptos do Al-Ahly começaram a provocar distúrbios e a incendiar edifícios públicos no bairro onde fica a federação, situado numa ilha no meio do Nilo. Os moradores tentaram apagar o fogo, mas já foram obrigados a sair da zona.