André Villas-Boas diz que sentiu a necessidade de um novo desafio e por isso mudou para o Chelsea. O F.C. Porto, afirmou o treinador durante a sua apresentação no clube inglês, até estava «pronto para bater a oferta».

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Quando lhe perguntaram porque mudou de ideias quanto a ficar no F.C. Porto, Villas-Boas falou de um novo desafio. «Foi uma separação difícil. Há aqui muita imprensa portuguesa, que sabe o impacto que a minha saída teve em Portugal. O meu compromisso com o Porto era de 100 por cento. Nasci lá e o Porto era e será sempre o meu clube. Sempre me senti muito bem no Porto, tivemos um ano de sucesso tremendo», começou por explicar.

«Foi uma mudança difícil. Toda a gente às vezes sente a necessidade de um novo desafio. Tivemos um ano fantástico, mas no fim achei que podia desafiar-me um pouco mais e aceitei», continua. «Há a ideia de a decisão foi baseada em questões financeiras. A minha mudança para o Chelsea foi muito lucrativa para o F.C. Porto, mas o F.C. Porto estava pronto para bater a oferta. Estava pronto para fazer uma muito boa proposta para eu ficar e no entanto aceitei.»

«Para nós ficar no Porto seria igualmente bom a estrutura é boa. Quando nos sentimos exta-confiantes é possível que cometamos erros. Tinha a sensação dentro de mim de que era alura de dar este passo e dei», prossegue, revelando que tomou a decisão «contra a vontade da família».

«Falei com a minha família, que estava muito relutante em sair. Eu queria aceitar o desafio. Senti o desafio e aceitei, sobretudo baseado no desafio de me testar», diz, explicando melhor o motivo por que a família se mostrou relutante: «Era uma questão de conforto. Passámos os últimos sete anos a mudar, em qualquer família causa alguma instabilidade emocional não estabilizar.»

De resto, Villas-Boas voltou a falar da saída do F.C. Porto e a reconhecer que o impacto negativo junto dos adeptos dificilmente passará. «No fim houve muito compromisso nas minhas palavras que alimentou isso. O que posso dizer é que eram palavras genuínas. É a minha cidade e o meu clube, sentia-me muto bem no Porto, sabia o impacto que teria», afirma, para depois deixar a ideia de que acredita no sucesso futuro do F.C. Porto: «Nada do que posso dizer vai afastar a frustração, mas têm de se basear na ideia de que o clube é muito forte e vai continuar a ganhar sem mim. O Vítor (Pereira) ficou e de certeza que vai ter sucesso igual. É uma pessoa muito competente e vai corresponder seguramente.»

Villas-Boas também falou da possibilidade de vir a defrontar o F.C. Porto na Liga dos Campeões, o que não poderá acontecer na fase de grupos, porque ambas as equipas são cabeças-de-série, mas pode suceder mais à frente. «Seria um desafio dos mais difíceis, porque o Porto é uma boa equipa. Quando acontecer acontece», afirmou.

Questionado sobre os motivos para o sucesso dos treinadores portugueses, Villas-Boas evitou por fim uma resposta geral: «Ainda agora chegámos. Para nós é tudo novo, temos de provar que podemos ter sucesso. Não me vejo ainda como um treinador de sucesso.»