Maria José Morgado, directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, defende mais poderes para o Conselho Nacional Contra a Violência no Desporto, em nome de uma actuação «em tempo real» que afaste os grupos violentos dos estádios de futebol.
No domínio do «controlo» das claques, defende Maria José Morgado em declarações à Lusa, «deveriam ser aumentados os poderes» do Conselho Nacional Contra a Violência no Desporto, para que este pudesse «instruir processos administrativos» que permitissem «afastar os grupos mais violentos dos recintos». «A aplicação das medidas deveria ser em tempo real», considera, defendendo ainda, para «os casos mais violentos, a repressão policial».
Maria José Morgado liderou a equipa que conduziu o processo de investigações ao grupo de apoiantes do Benfica No Name Boys, de que resultou a detenção de 32 pessoas. Desses suspeitos, 15 foram apresentados a primeiro interrogatório judicial, tendo-lhes sido aplicadas diversas medidas de coacção. Cinco deles ficaram em prisão preventiva. Os arguidos são indiciados pelos crimes de associação criminosa, posse e tráfico de armas de fogo, tráfico de estupefacientes, ofensa à integridade física qualificada, roubo, incêndio, explosões e outras condutas violentas especialmente perigosas, de acordo com a Procuradoria-Geral da República.
Questionada pela Lusa se existem em curso mais processos de investigação sobre claques de futebol, Maria José Morgado escusou-se a responder.