«Amanhã (sábado) vai disputar-se a final da Taça da Liga. No terreno vão estar 18 câmaras de televisão a apanhar todos os pormenores do jogo. Contra este cenário tecnológico os árbitros não podem competir». A ideia é de Vítor Pereira, antigo árbitro internacional e actual presidente da Comissão de Arbitragem.
O dirigente prestou declarações numa iniciativa de «Fair Play», promovida pelo Instituto de Desporto de Portugal e brincou com a modernização tecnológica no futebol. «Eu seria o melhor árbitro do Mundo» se «pudesse arbitrar em casa e pela televisão.»
O presidente da Comissão de Arbitragem da Liga Portuguesa falou ainda, com ironia, sobre a polémica relativa ao «Apito Final». «Há clubes que nem dinheiro têm para pagar aos seus jogadores, quanto mais aos árbitros», afirmou.
Quem também esteve presente no seminário foi Luis Horta, da entidade de controlos antidopagem de Portugal. O responsável admitiu viver «dias tristes» quando analisa algum atleta com controlo positivo e lamentou ser difícil «acabar com o recurso ao doping.»
«Há muito trabalho a fazer» para que os atletas se limitem a vencer de forma «limpa e com base no treino. Quem ocupa o 50º lugar de um ranking não consegue ganhar uma medalha», declarou Luis Horta.
Com ajuda de atletas e ex-atletas do desporto português, Horta não se cansou de explicar aos muitos jovens da assistência o que é «Fair Play»: «Cooperação, lealdade e respeito pelas regras e pelas pessoas [para] criar junto de todos o respeito por si próprios e pelos outros na prática desportiva.»