No balanço da época referente à arbitragem Vítor Pereira regozijou-se com os resultados obtidos. As notas «muito satisfatórias» (superiores a 3,4 na escala de 5), por exemplo, subiram de 47 em 2007/08 para 65 em 2008/09. Apesar disso, nem tudo foi rosas. Houve alguns espinhos e acima deles todos a final da Taça da Liga.
O jogo arbitrado por Lucílio Baptista terminou com os gritos do Sporting, que reclamou da marcação de um penalty inexistente cometido por Pedro Silva. «Essa arbitragem deixou-me uma sensação de grande desconsolo», referiu Vítor Pereira. «Foi um jogo mau para a época, para a competição e para a imagem da arbitragem.»
Vítor Pereira foi mais longe, aliás. «Era um jogo que não podia ter falhas porque iria ter muitos aproveitamentos e sabíamos isso. Infelizmente os nossos receios concretizaram-se», adiantou, ele que não se arrepende de não ter permitido que Lucílio Baptista se explicasse em público. «Os árbitros não devem defender-se, devem é não ser atacados.»
Para além disso, o presidente da Comissão de Arbitragem lembrou que foram analisados 530 jogos durante a época, entre Liga Sagres, Liga de Honra e Taça de Portugal (a Taça da Liga não é objecto de avaliação dos observadores). O resultado geral, esse, é francamente positivo. «A verdade desportiva não foi atingida», sublinhou.
Projecto-piloto da profissionalização pronto a avançar
Vítor Pereira disse, de resto, que é necessário avançar para a profissionalização dos árbitros o mais rápido possível. «Enquanto não mudarmos de paradigma não podemos querer uma arbitragem melhor», referiu. Nesse sentido, a Liga de Clubes está pronta a avançar com um projecto-piloto já na próxima temporada, desde que seja possível.
«A Comissão de Arbitragem tem tudo preparado e está pronta a convidar os árbitros para um projecto-piloto de profissionalização da arbitragem de dois anos. Queremos começar esta época», referiu. «No início da temporada perguntámos aos árbitros se estavam disponíveis para entrar no piloto e 95 por cento responderam que sim.»