Dois caminhos para o mesmo destino. Duas formas de buscar a felicidade. Os números dizem que foi melhor a solução do Altach, mas o jogo do Vitória deixa esperança para um sorriso honesto a 6 de agosto, data da segunda mão. Contudo, a derrota por 2-1 lança o aviso: não são favas contadas.
 
Imaginem o cenário: as duas equipas tinham de achar uma operação que levasse ao número quarto. O Altach foi pelo básico dois mais dois. O Vitória pegou em dez, tirou cinco, somou três e dividiu por dois. Estilos diferentes, então, o que se percebeu desde cedo. E resultados também diferentes. O Altach chegou ao quatro rapidamente. O Vitória perdeu-o algures na operação.
 
Traduzindo a ideia em futebol: jogo simples do lado austríaco, direto. Demasiado direto, até, para o apaixonado pelo futebol moderno. Uma delícia para o adepto que só se preocupa em ver bolas na baliza. O V. Guimarães deu-se mal com essa ideia do rival de transformar em lance de golo qualquer oportunidade para bater para a área. Livres, então, foram quase todos despejados à frente de Douglas. E vários deram perigo.

FILME DO JOGO
 
Aliás foi mesmo de bola parada que a equipa austríaca se adiantou. Mahop desviou de cabeça um canto batido ao primeiro poste e fez história: nunca o Altach tinha marcado um golo numa prova europeia, até porque…este foi o seu primeiro jogo.
 
O golo, ao minuto 24, abanou com o Vitória, que até tinha reagido bem à melhor entrada em campo dos locais. Alex, com uma bomba à trave, foi o que ficou mais perto de marcar. Mas o Vitória, sobretudo por Montoya, o único reforço no onze, foi a equipa mais rematadora. O que não quer dizer que tenha sido a mais perigosa.
 
Um penálti evitável e o renascer da esperança
 
Como se disse, depois do golo, o Vitória não conseguiu ser tão concentrado e perigoso como antes. Mas o golpe mais duro que recebeu foi mesmo o segundo, numa grande penalidade cometida por João Afonso, pouco depois do reatamento, e convertida por Aigner.
 
Armando Evangelista não tinha mexido no descanso, mas fê-lo mal se viu a perder por dois, embora tenha arriscado pouco. Saiu Montoya, entrou Tozé. Troca por troca. Talvez se pedisse uma inversão do triângulo de meio campo, que tinha Cafú e Bruno Alves como vértices atrasados.
 
Mas o receio de um resultado que deixasse a eliminatória quase decidida e afetasse a equipa para a temporada que aí vem terá pesado. E a verdade é que Tozé se revelaria decisivo no reentrar da equipa no jogo e na eliminatória.
 
Antes, um susto enorme para os portugueses, que viram a bola entrar na sua baliza pela terceira vez, num lance (bem) anulado por fora de jogo de Netzer.
 
A vinte minutos do fim, pouco depois de Henrique render Ricardo Valente, renasceu a esperança. Alex rasgou a defesa austríaca com um passe para Tozé que, de ângulo difícil, rematou cruzado e reduziu.
 
O resultado de 2-1 não escandaliza quem viu o jogo, embora tenha ficado evidente que o Vitória é melhor equipa que este Altach e perdeu uma oportunidade de ficar mais confortável para o jogo da segunda mão. Assim, não terá uma missão impossível mas sabe que não pode vacilar outra vez contra um conjunto matreiro e eficaz, que nada terá a perder no Castelo.