Demasiados erros e demasiado grandes. Perante um Estoril que nada teve a ver com aquele que esteve no Dragão, o Vitória cometeu uma série de falhas que nem a superioridade numérica que chegou a ter no jogo conseguiu mascarar.

Os canarinhos foram uma equipa com agressividade positiva, alegre com a bola e com bastante discernimento quando foi preciso sofrer. Também saem com um triunfo claro porque continuam a ter um dos bons pontas de lança desta Liga: Kléber, pois claro.

Aquela ideia que o Estoril deu com o FC Porto, se calhar diz mais do que foi a exibição portista do que aquilo que vale a formação de Pedro Emanuel.

Perante um adversário de respeito, mas não candidato ao título, o Estoril apresentou-se organizado e a perceber todos os momentos do jogo. Tirando Wesley, quando entrou fora de tempo e viu o primeiro vermelho da tarde/noite na Amoreira.

O Vitória de Pedro Martins tentou assumir a bola. Hurtado procurava recebê-la entre linhas, mas era rapidamente bloqueado pela pressão de Eduardo, Wesley e Lucas Evangelista. Um trio que foi fortíssimo nos 20 minutos iniciais e catapultou o Estoril.

Os primeiros assomos a uma das balizas foram canarinhos, com aqueles três a recuperarem a tentarem sair rápido, em trocas de bola, e a fazer chegar jogo a Allano e a Kléber – em menor quantidade a Aguilar, é certo.

O golo, porém, surgiria de um primeiro erro vimaranense. Ao enésimo canto, Eduardo bateu ao segundo poste, Miguel Silva falhou a saída e Monteiro fez o golo. Uma vantagem que se aceitava, mas que, curiosamente, veio com um reparo.

A vencer, os canarinhos perderam agressividade no miolo. Juntando a esse dado uma melhor construção do Vitória, com incursões de Celis para auxiliar Hurtado, os minhotos chegaram mais à frente. Quando Wesley foi expulso, já o Vitória estava a rondar a área de Moreira.

Pedro Martins arriscou para o segundo tempo, porque o adversário era não só o Estoril, mas também o relógio. O 4x4x2 que lançou cedo, porém, teve de ser alterado devido ao segundo cartão amarelo a Vigário. O técnico do Vitória quis, obviamente, ir à procura do golo e lançou Sacko. Provavelmente, para que os dois laterais se projetassem: o 17 do lado esquerdo, João Aurélio do lado direito. Fazia sentido pela presença de Oscar Estupiñan e Texeira.

No entanto, o maliano teve duas ações más, uma sem grandes consequências na área do Estoril, outra num lançamento lateral. Um erro que custou muito caro ao Vitória pois foi a partir daí que Kléber se lançou para a área e foi derrubado por Josué.

A grande penalidade não deixou dúvidas a ninguém, mas Xistra quis ter a certeza de que o lance era apenas para amarelo. O árbitro reviu o lance e expulsou o central. Kléber fez o 2-0 e percebeu-se, logo ali, que o Estoril tinha ganho o jogo.

Ainda chegou ao 3-0, numa partida que terminou com dez para nove. Ou seja, o Estoril deixa o fundo da Liga, enquanto o Vitória não só pecou nesta partida, como ainda ficou sem o capitão e o lateral-esquerdo para a próxima.

Os erros pagam-se caro, sobretudo quando do outro lado estão jogadores como Kléber. Um avançado experiente que raramente perdoa a incompetência adversária.