José Peseiro, treinador do V. Guimarães, em declarações aos jornalistas após a derrota com o Benfica no Estádio da Luz por 2-0:

«Acho que fizemos uma muito boa primeira parte. Conhecíamos a dinâmica e a capacidade ofensiva do Benfica por aquilo que tem feito no seu jogo de corredores. Acho que defendemos muito bem e tivemos capacidade para preencher os espaços em que o Benfica é muito perigoso.

Que eu me lembre, o Benfica não criou nenhuma situação de golo na primeira parte, a não ser um alívio do Miguel [Silva] que acaba por bater nas pernas do Rafa.

Criámos situações ofensivas de perigo, fizemos um golo que pelos vistos está fora de jogo e sofremos um golo de penálti. Custa sofrer um golo naquela altura, ainda por cima numa bola que vai para canto: questiono e ponho em causa estes critérios mas temos de aceitá-los. [O João Aurélio] Está muito perto do adversário e do colega: tem de salta e para saltar e impulsionar-se mais tem de ter a ajuda dos braços. Para mim não é penálti porque não tem intencionalidade nenhuma.

Estivemos muito bem na primeira parte e foi pena não termos concretizado uma ou duas situações de contra-ataque. Na segunda parte o Benfica foi melhor: criou mais situações de golo e o golo deu-lhes mais tranquilidade e criou-nos mais dificuldades.

No inicio da segunda parte não pressionámos a bola e saíram duas diagonais em que o Miguel fez duas grandes defesas. Sofremos um pouco mais, não colocámos tantas transições como na primeira parte mas podíamos fazer o golo se o Raphinha tivesse a certeza que não tinha de parar a jogada: acabou por ser induzido em erro.

Depois veio o segundo golo. Não quisemos arriscar tudo. Queríamos impacientar o Benfica e criar alguma situação de stress porque o 1-0 é sempre perigoso. Iríamos arriscar um pouco mais tarde: quando o Welthon está para entrar, o Benfica fez o segundo golo: parece-me que é mão do jogador que está no chão e que ganha a bola.»

[Árbitro teve uma tarde infeliz?]

«Não. Há erros meus e de toda a gente. Não ponho esse ónus em cima do árbitro. Não quero inflamar porque isto está tudo inflamado e não vou dizer a palavra que ia dizer, porque ia sair uma asneira. Acho que o VAR podia ter tido intervenção no lance do segundo golo do Benfica, em que há um jogador que toca na bola com a mão. Não quer dizer que pudéssemos empatar ou ganhar, mas deixava o jogo dentro do que pretendíamos.»

[Mais sobre o jogo. Fazia parte da estratégia do Vitória dar mais bola ao Benfica?]

«Sim. Para parar este Benfica. Tentámos dar mais iniciativa ao Benfica, mas parando os espaços que entendíamos em são mais perigosos. Vocês sabem que eu gosto de equipas que controlam o jogo com bola, mas neste momento não dá para jogarmos, sou sincero, face a face com o Benfica. Não gosto que as minhas equipa se sujeitem ao domínio dos adversários na posse de bola, mas uma coisa é o que gosto e outra é a realidade: o Vitória que eu tenho é uma equipa de jogadores bons que não estão a passar um bom momento, mas neste momento as coisas estão a melhorar. Do que me interessava chegar aqui, ter 70 por cento de posse de bola e levar 5-0. Podia dar para daqui a um mês virmos cá outra vez e sermos um pouco mais audazes? Se calhar podíamos fazer isso.»

[A opção por um ataque mais móvel?]

«Para além das lesões dos avançados, uma das razões foi ter jogadores verticais, rápidos, que buscam bem a profundidade e que acabaram por perturbar o Benfica mais na primeira parte.»