Ninguém quis aproveitar. Os resultados da tarde eram um bom indicador para V. Guimarães e Boavista, mas nem vimaranenses nem portuenses aproveitaram a deixa, empatando a uma bola no D. Afonso Henriques. Jogo frouxo na Cidade Berço, a fazer corar protagonistas de outros tempos deste jogo repleto de rivalidade.

Uma cabeçada de Paulo Vinicius, ainda no primeiro tempo, anulou o golo de Ricardo Valente fazendo o V. Guimarães continuar a ver o comboio europeu passar a grande velocidade e cada vez a uma distância mais considerável. A turma do Bessa não aproveitou a derrota da Académica, perdendo assim a oportunidade de conseguir uma almofada de conforto para a linha de água.

Dados que não animaram ambos os conjuntos uma vez que se assistiu a um início de jogo pouco criativo e mais musculado do que propriamente tecnicista. Sentiu-se melhor o Boavista, que com pragmatismo tentava chegar à baliza de Miguel Silva, tornando ao mesmo tempo o Vitória inoperante e sem capacidade para armar jogo.

FILME E FICHA DE JOGO

Os vimaranenses chegaram, contudo, ao golo num dos poucos lances em que Otávio teve espaço para desequilibrar. O médio isolou Valente que, com um remate de primeira com o pé esquerdo, viu Mika não ter capacidade para impedir o que o V. Guimarães se adiantasse no marcador aos dezanove minutos.

Um momento de magia de Otávio permitiu a Valente dar um pontapé no marasmo, Paulo Vinicius empatou à cabeçada um quarto de hora depois na sequência de um pontapé de canto. Desvio portentoso do central do Boavista a aproveitar para fazer o V. Guimarães voltar a sofrer golos de bola parada, um lance que Sérgio Conceição disse ter sido trabalhado durante a semana.

DESTAQUES do V. Guimarães-Boavista

Empate justificado ao intervalo, num sinal de que as equipas teriam que fazer mais, muito mais, na segunda metade. Mas a realidade é que o segundo tempo começou muito quezilento, muito trapalhão, com vários lançamentos de linha lateral e pouco futebol para amostra de parte a parte.

As balizas não foram mais do que meros adereços e os guarda-redes apenas pontualmente foram chamados a intervir. Um quadro perfeito daquilo que foi o jogo, em que faltou arte e engenho a ambos os emblemas. 

Num jogo em que nenhuma das equipas merecia vencer, o empate acaba por se tornar o resultado natural. Empate que, ainda assim, tem mais sabor para o Boavista do que para o V. Guimarães. Os axadrezados ganham um ponto à concorrência, os minhotos ficam com as contas europeias muito complicadas. O encontro terminou com contestação para os pupilos de Sérgio Conceição.