Enorme festa no D. Afonso Henriques. Pedro Martins deixou o relvado com os punhos cerrados e os adeptos acabaram o jogo com os cachecóis estendidos. Quadro final de um triunfo emocionante e arrancado a ferros pelo V. Guimarães (2-1) com um bis de Soares na receção ao Nacional da Madeira.

Um triunfo à conquistadores, alcunha dos vimaranenses, pela forma como foi conseguido. Marega foi expulso aos 25 minutos, o Nacional adiantou-se no marcador no início da segunda parte, por Hamzaoui, mas o conjunto de Pedro Martins teve força para conseguir o triunfo no minuto noventa com uma reviravolta bafejada com uma crença enorme.

Três pontos conquistados com superação perante um Nacional que se encolheu cedo de mais, que valem à equipa vimaranense uma igualdade provisória na tabela classificativa com o FC Porto e o Sp. Braga, ultrapassando o Sporting.

Uma questão de risco, que Marega pisou

Pedro Martins e Manuel Machado perspetivaram um jogo difícil e, talvez por isso, o respeito mútuo foi o tónico dominante no início do encontro, sem que qualquer uma das equipas conseguisse pegar de forma vincada no jogo.

Risco demasiadamente calculado, sem espaço e sem margem de erro para sobressair por parte dos melhores executantes técnicos. Exemplo disso mesmo é o facto de o lance de maior perigo da primeira metade nascer da ressaca de um pontapé de canto, com Raphinha aproveitar a sua velocidade para armar um contragolpe até chegar à cara de Rui Silva, obrigando o guarda-rede insular a fazer uma parada de recurso.

O risco apareceu por Marega, mas de forma diferente do habitual, com o maliano a «pisar o risco» aos 25 minutos sendo expulso com cartão vermelho direto. O jogador cedido pelo FC Porto agrediu Sequeira, foi expulso, e antes de abandonar o relvado andou de cabeça perdida.

Jogo aberto

A expulsão de Marega desbloqueou o encontro e passou a jogar-se de forma mais aberta, com o Nacional a descompactar as suas linhas e a crescer no terreno, ousando mais do que remates de meia distância. Antes da meia hora, Rui Correia viu ser-lhe anulado um golo na sequência de um lance de bola parada, num lance em que a posição do defesa deixa dúvidas.

No reatar do encontro, num dos primeiros lances da segunda metade, e depois de o V. Guimarães ter ido para as cabines de peito feito e prometendo lutar pelos três pontos mesmo em inferioridade numérica, os insulares chegaram ao golo muito por culpa de uma arrancada imparável por parte de Bonilla, que serviu depois Hamzaoui para o argelino fazer o mais simples.

Sentiu o golo a equipa de Pedro Martins, aprecia querer desmoronar-se, mas reergueu-se e conseguir partir para cima do adversário, com o Nacional a deixar-se subjugar de forma perigosa. Manuel Machado acrescentou mais um defesa ao bloco central e foi precisamente Tobias Figueiredo, a aposta do treinador dos insulares a cometer o deslize que permitiu ao V. Guimarães empatar o encontro. O defesa perdeu a bola em zona proibida e Raphinha lançou Soares para o golo.

Bis de Soares para a apoteose

Em cima do minuto noventa o Vitória operou a reviravolta por completo a partir da marca dos onze metros. Bruno Gaspar cavalgou como se tivesse acabado de entrar em campo e só parou quando foi travado por Washington.

Soares, ex-Nacional da Madeira, assumiu a cobrança e enganou Rui Silva carimbando o terceiro consecutivo do Vitória na Liga quase que de forma épica, em inferioridade numérica mais de uma hora.

Abertura de jornada emocionante na Cidade Berço. Venceu a equipa que mais procurou o triunfo e que, apesar das fraquezas e de reduzida a dez elementos não deixou de procurar os três pontos. O Nacional regressa à Madeira com a sensação de que podia ter conseguido mais.