V.Guimarães e Paços de Ferreira averbaram o segundo empate consecutivo depois de se anularem no jogo inaugural da quinta jornada da Liga. O Paços, que até costuma ser feliz em Guimarães, inaugurou o marcador logo aos dois minutos, mas acabou por permitir o empate quando já estava reduzido a dez unidades.

Os miúdos do V.Guimarães seguiam invictos na liderança e o arranque de época estava a ser um autêntico conto de fadas. Contudo, logo aos dois minutos o Paços de Ferreira, «besta negra» para os vimaranenses, abriu o ativo e colocou a equipa da casa numa situação desconfortável e que ainda estava pouco habituada esta época.

Urreta estreou-se a titular nos «Castores», sendo uma das setas apontadas à baliza de Douglas nas transições rápidas esquematizadas por Paulo Fonseca. Cícero e Bruno Moreira eram sinónimo de poder de fogo e de força. Foi assim num dos primeiros suspiros do encontro, Bruno Moreira concluiu com êxito uma jogada bem delineada e colocou a equipa da «Capital do Móvel».

Depois do golo madrugador, o Paços de Ferreira jogou a seu «bel-prazer» no D. Afonso Henriques. Organizou-se, encurtou espaços e deu a iniciativa de jogo ao V.Guimarães, para fazer recuperações de bola cirúrgicas e lançar-se em transições rápidas.

A estratégia deu frutos e pertenceram ao Paços os lances de maior perigo na «cidade-berço». Cícero, muito possante fisicamente para o franzino João Afonso, por duas vezes ganhou posição em carreira de tiro e ficou na cara de Douglas. Falhou na finalização o avançado pacense e ia causando calafrios na defensiva do V.Guimarães.

No segundo tempo o Vitória cresceu, arregaçou as mangas e acercou-se com maior perigo da baliza de Rafael Defendi. O cerco à baliza pacense ganhou um capítulo determinante quando Hélder Lopes foi expulso e desequilibrou as duas equipas em número de peças no tabuleiro de jogo.

O empate haveria de chegar ao minuto 65 por intermédio do recém-entrado Jonatan Alvez, que aproveitou uma das primeiras vezes que tocou na bola para fazer o D. Afonso Henriques entrar em ebulição. Já antes disso, Bernard caiu no interior da área e reclamou grande penalidade.

Em inferioridade numérica, o Paços recuou no terreno, mas nunca perdeu a sua organização característica, espreitando mesmo assim dar nova estocada na equipa vimaranense. Apesar da pressão exercida pelos minhotos não deu frutos e o apito final de Manuel Oliveira fez-se soar com o V.Guimarães instalado no meio campo do Paços, mas sem astúcia suficiente para vencer.

Foi, seguramente, a exibição menos conseguida do V.Guimarães, muito por força da prestação do Paços de Ferreira, que uma vez mais não viagem da «cidade-berço» para a «Capital do Móvel» de mãos a abanar.

O V.Guimarães assume a liderança da Liga provisoriamente com o ponto averbado, mas fica agora à mercê daquilo que Benfica, FC Porto e Rio Ave sejam capazes de fazer no desenrolar da jornada. Os miúdos de Rui Vitória ainda não perderam, é certo, mas muito provavelmente perderão o comboio dos primeiros classificados. Paulatinamente, Paulo Fonseca começa a reorganizar um Paços aguerrido e combativo.