As gerações mais jovens podem não ter essa noção, mas houve uma altura em que o nome Pizzi era sinónimo de golos. Muitos. Mais de quinze por temporada.

Aconteceu ali mais ou menos pelos anos noventa, quando Juan António Pizzi - um argentino naturalizado espanhol -, marcava com tanta insistência em Tenerife que justificou a aposta do Barcelona. Onde foi colega de Figo, Baía, Fernando Couto e Ronaldo, o Fenómeno.

Dizem que foi desse Pizzi que Luís Miguel Fernandes herdou a alcunha.

Pouco interessa se foi ou não. O que interessa é que esta sexta-feira o nome de Pizzi voltou a ser sinónimo de golos, e foi um festival. Um, dois, três. Um hat-trick à moda de antigamente.

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O Benfica viveu por isso uma noite revivalista na abertura do campeonato, ao ritmo de um transmontano de Bragança que insiste em ser protagonista. Ano após anos, após ano, é ele que escolhe a música e muitas vezes enche a pista. Como, na ausência do bailarino Jonas, fez esta noite.

A festa de Pizzi só não foi maior porque o V. Guimarães não estava para ser o bombo da festa.

Entrou no jogo a ameaçar uma e duas vezes, valeu na altura Vlachodimos e o poste a evitar males maiores, depois foi perdendo confiança à medida que o Benfica ia marcando, mas voltou ao jogo a tempo de fazer dois golos nos quinze minutos finais.

O que fez percorrer aquele friozinho desagradável pela espinha do Benfica.

É certo que não deu para mais, mas deu pelo menos para fazer palpitar os corações.

A formação de Luís Castro entrou em campo, aliás, com duas ideias claras: ser competente e jogar bem. Cumpriu só metade. É verdade que jogou bem na saída para o ataque, esticou o jogo e criou algumas boas ocasiões de golo, mas faltou-lhe ser competente. Sobretudo na defesa.

A equipa recuava quando perdia a bola, mas cobria mal os espaços e por isso deixou três clareiras na zona de finalização por onde entrou Pizzi, vindo de trás, a fazer os três golos da vitória.

Pizzi armou-se em Jonas: os destaques da partida

O Benfica, esse, explorou as fragilidades defensivas do V. Guimarães até ao tutano. Sobretudo na primeira parte, e sobretudo pela direita, onde Salvio ultrapassou Rafa Soares as vezes que quis.

Com a capacidade de furar do argentino, e a superioridade criada pelas entradas dos médios e dos laterais, os encarnados foram criando ocasiões de golo que justificavam a vantagem de três golos.

Na segunda parte, porém, a equipa caiu muito de produção. Caiu tanto, aliás, que permitiu ao V. Guimarães fazer os tais dois golos nos quinze minutos finais.

É certo que não deu para mais, e o Benfica cumpriu a obrigação de vencer o jogo, mas deu pelo menos para amedrontar as bancadas e sobressaltar os jogadores.

Até nisso esta noite pareceu um revivalismo dos anos noventa.

Veja o resumo do jogo: