O dérbi minhoto com o Sporting de Braga «é fundamental» para a desejada aproximação do Vitória de Guimarães aos lugares europeus, admitiu o treinador Ivo Vieira.

Ambas as equipas vêm de três jogos sem vencer, os vimaranenses só com empates e os bracarenses com duas derrotas e um empate. O Vitória está a sete pontos dos rivais e, em caso de triunfo, fica a apenas quatro, mas, se perder na quinta-feira, no encontro da 28.ª jornada da I Liga, o fosso alarga-se para 10.

«Não é decisivo, mas é fundamental. Sabemos que se não pontuarmos podemos ficar mais distantes e o nosso objetivo fica mais difícil. Não fica impossível, mas temos que ser muito realistas. Se ganharmos, vamos ficar mais perto dos lugares que almejamos e continuar a alimentar essa esperança com outra motivação», disse Ivo Vieira, através de videoconferência.

Por isso, para o Vitória de Guimarães continuar, «ao menos, a sonhar em chegar a um lugar europeu é fundamental somar pontos» em Braga, num «jogo muito aliciante, de grau de dificuldade elevado», em que, «mais do que jogar bem, importa ganhar».

«Há o peso do dérbi, é um jogo de grande responsabilidade para ambas as equipas. Sabemos da paixão dos nossos adeptos, do outro lado também existe um clube e outros adeptos a trabalhar pelo mesmo, temos que dar tudo para ser felizes. Só penso em somar os três pontos», referiu.

O treinador considerou ainda que, «analisando de uma forma muito bruta, nenhuma das equipas, após a retoma, está ao seu nível ou a superar expectativas, pelos resultados e pela qualidade de jogo em si. Ambas têm capacidade para mais» e podem querer fazer deste «um jogo de viragem».

Para Ivo Vieira, «ambas as equipas vão estar pressionadas a ganhar» e, «por vezes, aquele que está menos bem acaba por tirar vantagem».

«Um jogo destes é completamente diferente, os jogadores vão estar completamente focados, queremos ganhar todos os jogos, mas há um outro jogo em que os índices de concentração e empenho são diferentes pelo que envolve os dois clubes», disse.

O Sporting de Braga já passou por três treinadores esta época, com diferentes sistemas de jogo, sendo que, no último, o seu técnico, Custódio, alterou-o novamente para 4x4x2 (em vez de 3x4x3).

«A realidade é que há uma variabilidade do jogo, ainda agora alterou a organização ofensiva com três centrais. Fá-lo na mesma com o lateral esquerdo a fazer de terceiro central, estruturalmente, é mais ou menos a mesma coisa, mas as dinâmicas são outras e nós vamos ajustando a estratégia, com e sem bola, perante a organização ofensiva e defensiva do adversário. No fundo, é como um jogo de monopólio, aquele que conseguir abordar melhor e tirar dividendos do jogo poderá tirar vantagem», disse.

Sobre o momento da equipa e a identificação dos seus principais problemas atuais, notou que, «sobretudo, há que melhorar o aspeto ofensivo, a tomada de decisão no último terço e conseguir fazer mais golos».

«Temos tido alguma infelicidade na zona de finalização. O Vitória está há três jogos sem ganhar, mas está há seis sem perder, obviamente, isso não me conforta, preferia que fossem três vitórias, que é o que traz confiança. Não estamos satisfeitos com estes três empates e assumo as minhas responsabilidades», disse.

O treinador considerou ainda que a ausência de público «não é benéfica para equipa nenhuma» porque os jogadores gostam de jogar perante público, seja adversário ou não.

«Todos os treinadores têm tido a mesma opinião: o futebol sem adeptos não faz sentido, jogamos para eles. [A ausência de público] reflete-se ainda mais nos clubes que, a par do Vitória, levam muita gente ao estádio, [mas] não é benéfica para equipa nenhuma. É mais gratificante para os atletas jogarem perante público, seja adversário ou não, do que com as bancadas despidas, há uma sensação de vazio. Mas, todos jogamos nas mesmas condições e não nos vamos agarrar a isso para fugir a qualquer responsabilidade», disse.