Diamantino Miranda falou abertamente sobre aquilo que se passa no V. Setúbal. O treinador da equipa sadina continua a sofrer forte contestação, que sobe de tom à medida que a formação cai no campeonato, cada vez mais perto da II Liga. Em declarações ao Maisfutebol, Diamantino falou de manobras de alguém junto da claque que quer nova chicotada psicológica para os lados do Sado.

«Nunca pensei sentir esta contestação», começou por dizer o treinador. «Uma pessoa que nasceu para o futebol e jogou em Setúbal, que é daqui e vem sempre ver os jogos do Vitória, não é natural que seja recebido assim. Sinceramente não esperava», confessou Diamantino, tentando encontrar explicações para o que está a acontecer: «Daí eu ser levado a pensar nessa altura e hoje confirmar que tudo isto é orquestrado. Há uma pessoa que quer entrar aqui e através de alguns amigos está a tentar criar instabilidade.»

Diamantino falou pela primeira vez daquilo que considera ser uma campanha para afastar treinadores que, inclusive, existia na altura do ex-técnico Luís Campos. «É uma situação orquestrada», reafirmou. «E em momentos em que a equipa não corresponde alastra-se ao outros adeptos mais conscientes. Tenho a certeza do que estou a dizer. Há informações mais que suficientes para pensar que tudo isto é orquestrado, até já quando o Luís Campos estava cá. Criam esta instabilidade por interesses de alguém. Isto já estava a ser feito na altura do Luís Campos e continua a ser comigo», revelou Diamantino, garantindo que esta situação não acaba com o trabalho, mas sim o ambiente: «Minam o ambiente, não o trabalho porque eu e os jogadores estamos cientes do bom trabalho que fazemos.

«Um treinador quando chega costuma ser acarinhado...»

Diamantino diz saber quem é que faz a orquestração e que manda. «As pessoas que a fazem são alguns elementos da claque, mas com alguém por detrás deles», afirmou, sem revelar nomes mas afirmando que a pessoa em causa não tem força. «Sem poder algum», garantiu. «Tanto não tem poder que não esta cá e bem gostaria de estar no meu lugar», explicou, dando exemplo de um sinal «anormal»: «Um treinador quando chega a uma equipa motivado por uma chicotada psicológica costuma ser acarinhado porque as pessoas acreditam que se vai dar a volta. Comigo aconteceu precisamente o contrário porque três ou quatro pessoas criaram instabilidade.»

No entanto, o técnico do V. Setúbal diz que a contestação não afecta apenas o treinador, mas também os jogadores. E deu um exemplo de uma situação recente, jogo com o Moreirense (0-2). «Não é normal ter chegado há 20 dias e ver esta contestação, mas não é só a mim que afecta, a equipa de futebol também sofre. Aquilo que aconteceu ao Nélson Veiga, em que o tive de substituir, custa muito porque é um dos grandes profissionais que este plantel tem.»

Para resolver esta situação, Diamantino aponta apenas uma direcção. «Ganhando», afirmou. «Se ganharmos toda a gente começa a apoiar o Vitória e todos serão do Vitória», explicou, mantendo esperança na permanência da equipa na Superliga: «Se todos remarmos para o mesmo lado, acredito que seja possível a manutenção.»