O V. Setúbal esteve muito perto de entrar no restrito lote de equipas que este ano venceram o Estoril em casa: um lote que continua a sublinhar apenas os nomes de Benfica e Sp. Braga. Os sadinos, por exemplo, saíram para o intervalo a ganhar e com um jogador a mais sobre o terreno de jogo.

Nessa altura foi impossível não pensar que a tendência do jogo virava muito para o lado do V. Setúbal. Até porque o Estoril acusou o toque e entrou muito mal na segunda parte.

A formação de Marco Silva teve quase sempre mais bola, mais futebol e nunca abdicou de atacar. Mas naqueles primeiros minutos do segundo tempo todas as iniciativas atacantes eram impotentes, enquanto do outro lado, em saídas rápidas para o ataque, o V. Setúbal ficou perto do golo num desvio de Rafael Martins a rasar o poste e numa correria de Ricardo Horta isolado perante Vagner.

Ora por isso, repete-se, a tendência era muito V. Setúbal.

Mas foi nessa altura que surgiu João Pedro Galvão a rematar cruzado, depois de uma assistência de Mano, para o empate que mudou tudo. O Vitória impacientou-se, o Estoril cresceu e ficou perto de marcar num cruzamento de Tiago Gomes que Gerso desviou ao lado: uma grande oportunidade.

Confira a ficha de jogo e as notas dos jogadores

O empate penaliza um V. Setúbal que teve tudo para vencer e não o conseguiu fazer, mas premeia um Estoril que não se cansa de mostrar ao mundo que não há contrariedade que o derrube.

A formação de Marco Silva já tinha sido, de resto, melhor na primeira parte. Entrou no jogo a mandar na posse de bola e no futebol: ameaçou por exemplo num cabeceamento de Carlitos e num remate de João Pedro Galvão.

Estava por cima claramente por cima do adversário quando Bruno Miguel cabeceou uma bola que lançou a confusão: Kieszek defendeu ali em cima da linha, parecia que o árbitro tinha dado golo, os jogadores do Estoril festejaram, mas depois de falar com o assistente Jorge Ferreira deu... canto. As imagens não são conclusivas, embora pareça que a bola entrou.

João Mário a jogar e assistir: os destaques

Enfim, em frente, para dizer que pouco depois, e contra a corrente do jogo, o V. Setúbal marcou numa excelente jogada de João Mário que Ricardo Horta finalizou dentro da área, o que devolveu alma à equipa sadina. O jogo ficou então mais aberto e divertido, até que Evandro abriu de mais os braços, acertou com a mão na cara de Miguel Pedro e foi expulso.

O que nos devolve ao início da crónica: nessa altura a tendência passou a apontar muito para o lado do V. Setúbal. Que, recorde-se, tinha vencido todos os jogos em casa em 2014, à exceção do Sporting, que empatou.

Em defesa da justiça no resultado, o Estoril ainda foi a tempo de contrariar a tendência.