Um proprietário de duas casas no bairro de Anfield, junto ao mítico estádio do Liverpool, acusa o clube de ter contribuído para a degradação daquele bairro, para poder destruir a zona como bairro habitacional, adquirir os terrenos e expandir o estádio.

«Anfield era uma área de trabalhadores de classe média, até ao momento em que o Liverpool começou a comprar casas e a deixá-las vazias porque queriam destruí-las», acusa Graham Jones, em entrevista ao jornal inglês «The Guardian», acrescentando que pelo menos uma das casas compradas pelo clube foi ocupada por vândalos e posteriormente incendiada.

O Conselho Municipal de Liverpool, explica ainda o jornal, está a comprar as casas que o clube quer deitar abaixo e ameaça os proprietários que se recusem a vender, com ordens legais de compra obrigatória (expropriação).

Das 72 casas à volta do estádio, 51 foram já compradas, seja pela associação de habitação «A Sua Habitação», seja pelo clube ou mesmo pelo Conselho Municipal.

Paul Mahoney, outro proprietário afirma que «o Conselho Municipal atua como marioneta do clube», ao forçar as pessoas a vender, para o clube poder expandir Anfield e assim ganhar mais dinheiro.

O líder do município, Joe Anderson reconheceu que «as pessoas de Anfield ficaram sem dúvida dececionadas no passado, e mais deveria ter sido feito para proteger moradores e proprietários da deterioração ao longo da última década e não só». Mas devolve a acusação: «É interessante que os únicos proprietários com os quais não se chegou a acordo sobre a aquisição, são proprietários privados que não vivem na zona e cujos interesses são puramente financeiros.»