Rashidi Yekini é um nome ainda presente na memória dos adeptos do Vitória de Setúbal. O goleador nigeriano, apelidado por muitos de «Deus Negro» pelas vezes que festejou com as cores verdes do Vitória e da selecção nigeriana no início da década 90, passou por Setúbal, vestiu o equipamento de treino e, acreditem, treinou. Nem se notou que tem já 40 anos.
«Senti-me muito bem», disse Yekini no final do treino no Estádio do Bonfim, onde a equipa principal dos sadinos trabalhou normalmente. «Vim aqui para ver os amigos, a equipa, e matar saudades. Está-se muito bem. A equipa tem sorte, está a jogar bom futebol, é assim mesmo», acrescentou.
Ainda com o suor a escorrer pela face depois de um esforço intenso na peladinha, Yekini revelou que continua a manter a forma. «Ainda jogo na Nigéria, numa equipa local», adiantou, justificando uma capacidade atlética que fizeram lembrar outros tempos. «Tenho sempre fome de jogar.»
O Benfica fica com o campeonato, o Vitória com a Taça
Depois de trabalhar uma hora e meia com a equipa do Vitória, Yekini não teve dúvidas. «Eles são muito bons, vão jogar a final e vou torcer para que ganhem», atirou. «O Benfica é uma equipa de respeito, tem grandes jogadores. Já vim alguns jogos deles, não estão muito bem, têm com o moral em baixo, acho que o Vitória vai ganhar a Taça», disse, revelando que estará presente no Jamor.
Quanto ao campeonato, Yekini pensa que a luta pelo título vai ficar «arrumada» já este fim-de-semana. «Tenho acompanhado o campeonato, vejo os jogos lá na Nigéria. O Sporting está com moral, mas este sábado acaba o campeonato. O Benfica vai ganhar em casa», arriscou.
Do treino não se recorda um golo que Yekini tenha apontado. Mas na corrida, na forma de atacar a bola e em cada lance estava lá o «velho» Yekini, melhor marcador da II Liga e da primeira divisão, bota de ouro e de prata, considerado melhor jogador africano de 1993, melhor marcador da Taça das Nações Africanas em 1994, com 37 golos ao serviço da Nigéria, e mais de cem com a camisola do Setúbal. É obra.