Zhang pode não ser o melhor jogador chinês da atualidade, mas é seguramente o melhor representante do futebol do seu país em Portugal. Depois de uma época ao serviço da U. Leiria, o médio tem sido um dos esteios do Beira Mar e, em entrevista aberta aos adeptos do clube, revela a vontade de permanecer em Aveiro, à mistura com algumas considerações sobre a atualidade da China.

«Sim, estou emprestado [pelo Mafra] e o Beira-Mar tem essa opção. Eu gosto do Beira-Mar. Sou muito bem tratado pelas pessoas do clube e sinto-me em casa, mesmo estando tão longe da China. Gostaria de continuar e já falámos sobre isso, mas agora só penso em ganhar jogos para que o Beira-Mar fique na primeira divisão», diz o camisola 28 aveirense, agora reconvertido em médio defensivo:

«Foi uma adaptação do ex-treinador [Rui Bento]. Ele disse que eu tinha características para esse lugar, perguntou-me se eu estava disponível e ensinou-me algumas coisas para jogar lá, como está a fazer o novo treinador [Ulisses Morais]. É diferente, porque sempre joguei a avançado, mas sinto-me bem nesta nova posição.»

As questões relacionadas com a vida da China também despertaram a curiosidade dos adeptos, tanto de um modo geral como no campo desportivo: «Agora [está] muito melhor. Tem muitos treinadores e jogadores estrangeiros que dão qualidade ao campeonato. E há muitas grandes empresas que ajudam. A China agora é um mercado atractivo. A vida na China é quase igual à vida aqui. Já não há essas diferenças de liberdade, há 20 anos, sim, havia, era tudo mais fechado. Mas aqui o futebol é muito melhor, essa é a grande diferença.»

«Não gosto muito de falar de política¿. Na escola aprendi que o Tibete era uma parte da China desde os tempos antigos. Sei das polémicas que existem e gostava que os problemas se resolvessem, porque quero que se fale do meu país só por boas razões. A China é um grande país, tem um grande futuro e é um país amigável. Sempre ajudou Portugal, por exemplo.»