Benfica-Sp. Braga. Grande contra grande, estatuto (justamente) adquirido pelos minhotos nos últimos anos. Pontapé de saída na 28.ª jornada da Liga, num duelo de emoções com especial atenção dos interessados do costume: FC Porto e Sporting, que só entrariam em campo na segunda-feira.

Os encarnados cumpriram. Depois de uns primeiros minutos de engrenagem difícil, as águias lá meteram mudança acima e só pararam nos cinco, naquela que se afigurava como uma das etapas mais difíceis até ao final da Liga, e ampliaram para cinco e nove pontos a vantagem sobre os grandes rivais.

Leões e dragões dormiram três noites com a pressão de não vacilarem, sob pena de se atrasarem para as águias no despique pelo título.

Mitroglou bisou na partida; Jonas marcou de penálti e fez duas assistências. Dupla leva 47 golos na Liga

Teoricamente, a missão do FC Porto era a mais acessível. Os azuis e brancos recebiam o «lanterna vermelha» do campeonato e pré-condenado Tondela. Era expectável que a equipa de José Peseiro acelerasse a extrema-unção dos viseenses, que chegaram à Invicta a distantes onze pontos da zona de salvação. Mas o dragão é uma sobra daquilo que foi em tempos. Não cospe fogo nem fumo e despistou-se quando ainda faltam várias curvas para o final da prova. Derrota por 1-0, num vexame inédito e que não foi maior porque só foi testemunhado ao vivo por 16 mil pessoas. Luís Alberto, ele sim (com um remate colocadíssimo aos 59 minutos), aplicou a extrema-unção ao FC Porto.

Aos homens de José Peseiro parece já só restar a luta da Taça de Portugal, onde vão medir forças com o Sp. Braga. Sim, até porque o Sporting também parece fora do alcance.

O leão não acusou a pressão colocada pelo Benfica e manteve distâncias para o líder após uma enorme demonstração de poder no Estádio do Restelo. A equipa de Jorge Jesus «esfrangalhou» o Belenenses por esclarecedores 5-2, num jogo em que até falhou várias oportunidades claras de golo.

Leão não atira a toalha ao chão. Triunfo por 5-2 no Restelo com uma exibição segura. Slimani marcou dois

Mas não é só na frente que a Liga segue ao rubro. Sábado, 2 de abril, seis equipas voltaram a dar uso às chuteiras após 15 dias sem competição para os compromissos das seleções. Na receção à Académica, o Arouca ainda permitiu que os estudantes chegassem à vantagem mas ao intervalo já venciam por 3-1, permitindo depois que o conjunto de Coimbra reduzisse para 3-2. Ficou assim: com os arouquenses cada vez mais próximos de garantir a primeira ida às competições europeias e a Académica mais perto da despromoção.

Até porque, nessa noite, o Boavista foi a Guimarães arrancar um precioso ponto (1-1) frente a um Vitória que não conhece esse sabor (o da vitória) desde 29 de janeiro e segue em queda na Liga: a equipa de Sérgio Conceição ocupa o 9.º lugar já muito distante de apanhar o comboio para a Europa onde já esteve.

Também nesta 28.ª jornada jogou-se um dérbi na Madeira, com o Marítimo e o Nacional a defrontarem-se no Estádio dos Barreiros. Num jogo emotivo (como não podia deixar de ser), os homens de Nelo Vingada impuseram-se aos de Manuel Machado por 2-0, numa vitória com sabor a triplicar: pelos três pontos, por ter sido a um rival e ainda alcançada num cenário complicado. O Marítimo jogou em inferioridade numérica desde os 18 minutos, após expulsão de Dyego Sousa por agressão a Alan Henrique. Para a história do encontro fica o golaço de Edgar Costa, sério candidato ao prémio de melhor da época.

Dyego Sousa (9) foi o vilão do Marítimo-Nacional. Edgar Costa marcou golo monumental

O União foi o último clube madeirense a entrar e ação nesta ronda. No domingo, a equipa orientada por Luís Norton de Matos esteve a poucos segundos de dar um passo importantíssimo rumo à manutenção no escalão principal. Os insulares estiveram a vencer o V. Setúbal por 2-0 (bis de Amílton), mas os sadinos renasceram das cinzas. Já fora de horas, Vasco Costa resgatou um ponto para a turma de Quim Machado que, no entanto, não conhece o sabor do triunfo há dois meses e meio.

Quem também está em crise de resultados é o Paços de Ferreira, que só venceu um dos últimos 11 encontros que realizou para o campeonato. Massacrados por lesões, os pacenses foram à Amoreira perder com o Estoril por 1-0. Diogo Amado resolveu o jogo e deu a vitórias aos canarinhos, que atravessam a melhor fase da época e já espreitam a Europa.

Mas, para isso, precisam de escalar mais uma posição no campeonato. Logo acima está o Rio Ave, que vingou a derrota sofrida em casa com o Moreirense na 1.ª volta da Liga, pagando com a mesma moeda (1-0) em Moreira de Cónegos.