2000. Não foi assim há tanto tempo que celebrávamos o início do milénio (mesmo que não o fosse formalmente, em rigor ele só começou em 2001). Mas passaram 17 anos, tempo suficiente para meninos nascidos por essa altura já jogarem futebol como gente crescida. Com eles o Maisfutebol, que assinala 17 anos de vida neste 5 de junho. Já com idade para jogar à bola entre os grandes, portanto. Aproveitámos a data para olhar melhor para os miúdos de 2000 que chegaram à elite esta época.

Esta foi uma temporada de afirmação para vários adolescentes promissores, acima de todos Kylian Mbappé. Mas o fenómeno do Mónaco é de 1998. Praticamente um veterano ao pé destes de que aqui falamos, jogadores ainda com idade de juvenis, miúdos de 16, 17 anos.

Quase todas as grandes Ligas estrearam o primeiro jogador nascido em 2000 na época que agora terminou. E a Liga portuguesa não foi exceção.

O campeonato estava quase a terminar quando entrou em campo o primeiro jogador nascido em 2000. Na «Pedreira», uma estreia de sonho para Pedro Neto (nascido a 9 de março de 200), que entrou e marcou naquela vitória do Sp. Braga sobre o Nacional para a 33ª e penúltima jornada da Liga. Voltaria a entrar em campo na última jornada, dessa vez para jogar a última meia hora na derrota com o Tondela que fechou o campeonato.

O Maisfutebol já escreveu sobre o percurso do extremo de 17 anos. Pode ver aqui, bem como um vídeo que mostra alguns dos melhores momentos de Pedro Neto.

Foi o campeonato francês o primeiro das cinco grandes Ligas da Europa a estrear um miúdo da geração de 2000. Um marco para Vincent Thill, mas para já não mais que isso. Nascido a 4 fevereiro de 2000, o jovem médio luxemburguês tinha 16 anos, 7 meses e 17 dias quando entrou em campo para jogar oito minutos pelo Metz na derrota com o Bordéus, a 21 de setembro.

Não teve sequência, só voltou a ser utilizado pelo clube num jogo na Taça de França, mas Thill é um talento precoce e está habituado a bater recordes. Formado no Metz, já foi associado ao Bayern Munique e também se tornou o mais jovem de sempre a jogar, e mais tarde a marcar, pelo Luxemburgo. Fez o primeiro jogo pela seleção em março de 2016 e marcou um golo em maio desse ano, frente ao México. Já tem oito internacionalizações.

De todas as estreias da geração de 2000 a mais mediática foi provavelmente a de Moise Kean. Foi a dobrar: num fim de semana de novembro estreou-se na Serie A, na vitória da Juventus sobre o Pescara, e a meio da semana seguinte fez história também na Liga dos Campeões, o primeiro miúdo de 2000 na principal competição europeia, no empate da Juve com o Sevilha. Nascido a 28 de fevereiro de 2000, tinha 16 anos e 267 dias. Ainda assim, não foi o mais jovem de sempre na Champions, é o sexto da lista, ainda liderada por Celestine Babayaro, que tinha 16 anos e 87 dias quando se estreou pelo Anderlecht.

Em ambos os jogos Kean entrou a seis minutos do fim. O avançado nascido em Itália filho de paós marfinenses alternou de resto ao longo da época entre a formação e a equipa A, tendo representado a Juve na Youth League e jogado em mais duas partidas na Serie A. Mas, ainda que no total tenha apenas 24 minutos em toda a temporada pela equipa principal, ainda deu para fixar outra marca. Os dez minutos que jogou na última jornada, no jogo de consagração do hexacampeonato frente ao Bolonha, foram suficientes para marcar um golo: o primeiro nascido em 2000 a fazê-lo em qualquer campeonato dos «Big 5».

Kean acabou a época a representar a Itália no Europeu de sub-17, onde os «azzurri» foram afastados na primeira fase.

Mas a Serie A conseguiu superar 2000 esta época. E estreou um jogador de... 2001. Foi a 22 de dezembro que Pietro Pellegri igualou o recorde do mais jovem de sempre a estrear-se no campeonato italiano: 15 anos, 9 meses e 5 dias.

Pietro, que é filho de Marco Pelletri, diretor do Génova, entrou a dois minutos do final no jogo entre o Génova e o Torino. Entraria ainda em mais dois jogos e, tal como Kean, também fechou a época com um golo. Marcou na última ronda, na derrota frente à Roma, um dia depois de Kean.

A Premier League deixou mesmo para o fim da época a estreia do primeiro miúdo de 2000. E ele é um nome familiar. Angel Gomes joga no Manchester United e é filho de Gil Gomes, campeão do mundo de sub-20 com Portugal em 1991.

Angel nasceu nove anos mais tarde, a 31 de agosto de 2000. Nasceu em Inglaterra, onde o pai se fixou, e representou sempre o Manchester United. E jogou os últimos dois minutos da temporada de Premier League. No último jogo da época, frente ao Crystal Palace, José Mourinho fê-lo entrar em campo aos 88 minutos. O suficiente para que se tenha tornado o primeiro «bebé» de 2000 a jogar no principal campeonato inglês, aos 16 anos e 263 dias.

Angel chegou naquela tarde a Old Trafford já com o título de Jovem do Ano no Manchester United, ganho dias antes no final de uma época em que marcou 12 golos pelos juniores do United. O jovem médio ofensivo tem nacionalidade inglesa e representa a seleção sub-17 britânica, mas uma lesão em abril, se não o impediu de fazer história na Premier League, levou a que ficasse de fora da seleção inglesa que chegou à final do Euro sub-17, perdida na final para a Espanha.