No duelo entre dois representantes europeus que procuravam a primeira vitória da época, foi mais feliz o Belenenses. A equipa do Restelo esteve a perder, não escondeu o nervosismo, mas deu a volta na segunda parte, com a entrega a compensar a falta de discernimento.
Tão iguais e tão diferentes
As duas equipas tinham muitos aspectos em comum à partida para este jogo. Desde logo o número reduzido de pontos e consequente má situação classificativa. O Belenenses entrava em campo com o estatuto de último classificado, após a vitória da Académica sobre o Paços de Ferreira. Os «azuis» somavam um ponto, mas a União de Leiria vinha logo acima, com dois. Mas as duas equipas estavam também unidas pelas dificuldades ofensivas, uma vez que até aqui só tinham feito um golo. Por fim tinham também em comum o facto de na próxima quinta-feira defrontarem adversários alemães na Taça UEFA. O Belenenses visita o Bayern de Munique e a U. Leiria o Bayer Leverkusen.
Por tudo isto as duas equipas surgiam nesta partida com pressão elevada, mas para os donos da casa tudo ficou pior aos 12 minutos, quando se viram em desvantagem. João Paulo, o único jogador da União de Leiria que já tinha marcado esta época para a Liga, voltou a fazer o gosto ao pé, num lance polémico. A equipa da casa ficou a pedir a pedir fora-de-jogo e a partir deste momento não conseguiu esconder o nervosismo.
A União de Leiria também recuou ligeiramente as suas linhas e o Belenenses sentiu dificuldades na construção do jogo ofensivo, uma vez que não tinha espaço para jogar, como tanto gosta. E nas oportunidades de golo que foi criando evidenciou sempre um misto de falta de calma e falta de confiança. Assim foi aos 21 minutos, quando Weldon, em posição privilegiada, cabeceou fraco, mas ainda assim obrigado Fernando a defesa apertada. O guarda-redes leiriense, de resto, já tinha negado o golo a Rolando, logo após o golo da sua equipa (16m).
Mas nos minutos finais do primeiro tempo até foi a União de Leiria quem esteve mais perto de marcar, com Laranjeiro a acertar em cheio no poste, na cobrança de um livre directo.
Do banco veio o trunfo, de Alcântara veio a vitória
Para a segunda parte Jorge Jesus decidiu alargar a frente de ataque com a entrada de Evandro (que rendeu Gomez) e a aposta foi rentabilizada seis minutos depois. O brasileiro aproveitou um toque infeliz de Éder após um lançamento lateral de Rodrigo Alvim e, de cabeça, fez o empate.
Paulo Duarte respondeu com o seu trunfo, Sougou (no lugar de Toñito), mas a partida caiu drasticamente de qualidade, com constantes perdas de bola e interrupções. O jogo apresentava-se confuso e foi precisamente no meio de muita confusão que surgiu o segundo golo de Belenenses, aos 71 minutos. Evandro Paulista cabeceia mal na sequência de um livre mas a bola sobra para Silas, que cruza para a área. Rolando desvia de calcanhar mas a bola bate no poste e é depois afastada por Fernando, mas sobra para Hugo Alcântara, que remata de pé esquerdo e marca mesmo.
Jesus depois preocupou-se mais em gerir a vantagem e trocou Weldon e Silas por Fernando e Amaral. Paulo Duarte ainda tinha um jogador para lançar mas entendeu continuar a acreditar nos mesmos elementos, mas não foi bem sucedido.