Do lado dos encarnados, deu-se tudo. Os jogadores suaram tudo o que podiam para ganhar todas as bolas, e só assim foram capazes de controlar o rival que tantas tristezas lhe tem dado neste estádio. Acreditou mais, quis mais, chegou mais rápido, foi melhor.
Baralhar e dar de novo
Quando tudo parecia prever que Jorge Jesus ia apoiar-se num 4x3x3 com mais um médio de cobertura, como Amorim ou Fejsa, o treinador do Benfica manteve o plano original: Enzo e Matic, com Rodrigo e Lima na frente (4x4x2). Várias razões poderão ter estado na origem da decisão e só podemos tentar adivinhá-las, antes de o próprio as poder explicar na conferência de imprensa que se segue.
Haverá ainda algum défice físico de Rúben, que tem regressado aos poucos? Fejsa ainda não terá convencido totalmente o treinador, pelo menos quando Matic também está no onze? Jesus não terá querido perder o bom momento dos dois avançados, que têm estado a melhor na forma como combinam na frente, e o faro de Rodrigo, que há bastante tempo não marcava tanto? Ou, simplesmente, terá sido um risco calculado, abdicando um pouco do controlo a meio-campo, onde os dragões se têm também mostrado algo frágeis, a favor da vertigem e do contra-ataque de sempre. Manter-se fiel às origens.
Fiel aos seus princípios (desde que descobriu Carlos Eduardo)
Paulo Fonseca manteve o plano B, o tal que entrou em vigor assim que deu espaço a Carlos Eduardo e que o FC Porto começou a melhorar. Licá continuou como opção, quando talvez se pensasse em alguém que apoiasse mais o meio-campo, como por exemplo Josué ou mesmo Defour, que chegou a fazer com Vítor Pereira essa posição. A arma Ricardo Quaresma e sobretudo o joker chamado Kelvin (que poderia, imagina-se, mexer com a cabeça dos homens de Jesus) ficariam guardados para mais tarde.
O equilíbrio, segundo Enzo
Os dragões sempre deram menos espaço aos rivais nas transições do que o contrário, mas os encarnados foram, por seu turno, capazes de cortar mais bolas em passes de risco do que os portistas. Para isso muito contribuiu a inteligência de Enzo, que sempre se conseguiu coordenar com Matic, Rodrigo, Lima e Markovic, mas não só. Também conseguiu estar perto da zona em que os rivais podiam falhar. Aos 13 minutos, só com a sua presença, forçou Lucho a um péssimo passe, e o talento em bruto de Markovic fez o resto. Diagonal em velocidade, e uma assistência fabulosa carregada de classe a colocar a bola à frente do pé esquerdo de Rodrigo, já preparado para explodir. Um grande golo em memória do King, o rei Eusébio, várias vezes lembrado esta noite.
Ainda antes dos 20 minutos, o Benfica cedeu. Deixou de controlar o que tinha conseguido até aí no que à bola diz respeito, perdendo-a com muita facilidade, e possibilitou que o FC Porto desenhasse caminhos até perto da baliza à guarda de Oblak. Sem perigo na maior parte das vezes, mas sempre em cima do risco de algo acontecer. O que podia ter surgido no último minuto do primeiro tempo, se Jackson não tivesse falhado o que não costuma, depois de bom trabalho de Licá.
Da segurança de Oblak ao «hat-trick» de Mangala
A segunda parte praticamente começa com Lucho mais subido e um FC Porto mais ofensivo, e com um livre direto muito perigoso, a favor dos dragões. Carlos Eduardo atirou com muito jeitinho para as mãos de Oblak, que nem pestanejou. Muito sereno sempre.
No entanto, o Benfica reequilibrou-se e começou a crescer, ganhando praticamente todos os duelos individuais no meio-campo rival. Com um Matic a ganhar força e um Markovic disponível para tudo (jogo mais consistente desde que chegou a Portugal?), os encarnados reconquistaram o domínio do encontro e colocaram o rival em xeque.
Do outro lado, Mangala começava a desfiar erros. Aos 52, impediu com a mão ao lado da cara que Matic cabeceasse para a baliza (penálti parece claro, visto da bancada), e na jogada seguinte chega tarde ao movimento de Garay, que cabeceia para o 2-0. Nove minutos depois, deixa-se passar por Rodrigo com uma facilidade anormal, o que só não deu o 3-0 porque o internacional sub-21 espanhol atirou demasiado alto perante Helton. Um hat-trick de erros graves.
A impotência naquele empurrão de Jackson (e não só)
Não só, mas também. Nos passes errados no primeiro tempo, de Otamendi, Helton e Mangala, estava a insinuação de algo não estava bem no dragão. Depois houve aquela forma disparatada como o colombiano encarou a maior agressividade de Maxi Pereira junto à linha lateral. Um empurrão que lhe valeu um cartão amarelo (boa decisão de Artur Soares Dias, já que não tem a intensidade de uma agressão) e muitas palavras azedas dos adversários, que pediam outra cor na cartolina.
E, depois, veio a simulação de Danilo, que já tinha um amarelo, na tentativa de inventar o penálti, e o consequente vermelho. O lateral portista viu naquela jogada a única forma de encurtar distâncias, já que mais nada resultava. O FC Porto foi mesmo de menos na Luz!
Fiel aos seus princípios (desde que descobriu Carlos Eduardo)
Paulo Fonseca manteve o plano B, o tal que entrou em vigor assim que deu espaço a Carlos Eduardo e que o FC Porto começou a melhorar. Licá continuou como opção, quando talvez se pensasse em alguém que apoiasse mais o meio-campo, como por exemplo Josué ou mesmo Defour, que chegou a fazer com Vítor Pereira essa posição. A arma Ricardo Quaresma e sobretudo o joker chamado Kelvin (que poderia, imagina-se, mexer com a cabeça dos homens de Jesus) ficariam guardados para mais tarde.
O equilíbrio, segundo Enzo
Os dragões sempre deram menos espaço aos rivais nas transições do que o contrário, mas os encarnados foram, por seu turno, capazes de cortar mais bolas em passes de risco do que os portistas. Para isso muito contribuiu a inteligência de Enzo, que sempre se conseguiu coordenar com Matic, Rodrigo, Lima e Markovic, mas não só. Também conseguiu estar perto da zona em que os rivais podiam falhar. Aos 13 minutos, só com a sua presença, forçou Lucho a um péssimo passe, e o talento em bruto de Markovic fez o resto. Diagonal em velocidade, e uma assistência fabulosa carregada de classe a colocar a bola à frente do pé esquerdo de Rodrigo, já preparado para explodir. Um grande golo em memória do King, o rei Eusébio, várias vezes lembrado esta noite.
Ainda antes dos 20 minutos, o Benfica cedeu. Deixou de controlar o que tinha conseguido até aí no que à bola diz respeito, perdendo-a com muita facilidade, e possibilitou que o FC Porto desenhasse caminhos até perto da baliza à guarda de Oblak. Sem perigo na maior parte das vezes, mas sempre em cima do risco de algo acontecer. O que podia ter surgido no último minuto do primeiro tempo, se Jackson não tivesse falhado o que não costuma, depois de bom trabalho de Licá.
Da segurança de Oblak ao «hat-trick» de Mangala
A segunda parte praticamente começa com Lucho mais subido e um FC Porto mais ofensivo, e com um livre direto muito perigoso, a favor dos dragões. Carlos Eduardo atirou com muito jeitinho para as mãos de Oblak, que nem pestanejou. Muito sereno sempre.
No entanto, o Benfica reequilibrou-se e começou a crescer, ganhando praticamente todos os duelos individuais no meio-campo rival. Com um Matic a ganhar força e um Markovic disponível para tudo (jogo mais consistente desde que chegou a Portugal?), os encarnados reconquistaram o domínio do encontro e colocaram o rival em xeque.
Do outro lado, Mangala começava a desfiar erros. Aos 52, impediu com a mão ao lado da cara que Matic cabeceasse para a baliza (penálti parece claro, visto da bancada), e na jogada seguinte chega tarde ao movimento de Garay, que cabeceia para o 2-0. Nove minutos depois, deixa-se passar por Rodrigo com uma facilidade anormal, o que só não deu o 3-0 porque o internacional sub-21 espanhol atirou demasiado alto perante Helton. Um hat-trick de erros graves.
A impotência naquele empurrão de Jackson (e não só)
Não só, mas também. Nos passes errados no primeiro tempo, de Otamendi, Helton e Mangala, estava a insinuação de algo não estava bem no dragão. Depois houve aquela forma disparatada como o colombiano encarou a maior agressividade de Maxi Pereira junto à linha lateral. Um empurrão que lhe valeu um cartão amarelo (boa decisão de Artur Soares Dias, já que não tem a intensidade de uma agressão) e muitas palavras azedas dos adversários, que pediam outra cor na cartolina.
E, depois, veio a simulação de Danilo, que já tinha um amarelo, na tentativa de inventar o penálti, e o consequente vermelho. O lateral portista viu naquela jogada a única forma de encurtar distâncias, já que mais nada resultava. O FC Porto foi mesmo de menos na Luz!
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