A FIGURA: Dani Figueira

Uma exibição para mais tarde recordar de Dani Figueira. Tem sido suplente de Marcelo Carné, mas nas taças merece a confiança de Vasco Seabra. E essa confiança pagou dividendos, sem dúvida. Só na primeira parte, ganhou o duelo a Rafa e Di María com duas enormes intervenções. Na etapa complementar foi defendendo o que havia para defender, com maior ou menor dificuldade, e teve o momento da noite no último lance da partida, quando evitou o golaço de Di María com uma parada sensacional. Nos penáltis, voltou a brilhar com a defesa a Marcos Leonardo. Decisivo.

O MOMENTO: Dani Figueira, defesa e poste milagrosos (minuto 90+6)

Di María encheu-se de fé para um momento de génio e seria um golaço do outro momento no momento mais importante do jogo. Só que Dani Figueira também decidiu aparecer e evitou o 2-1 do Benfica com uma parada de alto nível.

OUTROS DESTAQUES

Rafik Guitane

Um diamante em bruto, que o Estoril tem aqui. Abriu o jogo com um par de arrancadas que meteram a defesa do Estoril em sentido, antes de abrir o marcador, aos 16 minutos. Depois disso, foi um recital. É notável como ninguém lhe consegue tirar a bola, seja em condução ou no drible curto. Passaram por ele as jogadas mais perigosas dos canarinhos na segunda parte. Nos penáltis, coube-lhe a ele abrir a contagem da equipa de Vasco Seabra, e marcou com muita classe.

Koba Koindredi

Muito se tem falado do interesse do Sporting em Koba Kondreidi, e é fácil perceber porquê. Fortíssimo em condução, o médio teve uma jogada «maradoniana» logo a abrir, só parada pelo grande corte de João Neves. Com a bola nos pés não é tão forte, mas também sabe jogar. Um médio todo-o-terreno.

Mateus Fernandes

Está feito um senhor jogador, Mateus Fernandes. Primeiro era Holsgrove, agora é Koba, mas o jovem emprestado pelo Sporting é a peça que liga o meio-campo do Estoril. Criterioso com a bola nos pés, sabe utilizar o físico para tirar vantagem, tanto nos lances defensivos como nos ofensivos. Tecnicamente também é forte e isso permite-lhe ganhar metros com facilidade. Uma bela exibição.

Kökcü

Fez uma exibição positiva, Orkun Kökcü. Mais atento no momento de transição defensiva, mas ainda assim sem conseguir impedir alguns contra-ataques do adversário. Mas foi no momento com bola que se destacou, como habitual.  Exímio no passe, pôs os colegas em excelente posição no ataque mais do que uma vez. E quando não havia linhas de passe, tentou ele impulsionar as águias através no transporte da bola.

Di María

O Benfica pode jogar melhor ou pior, mais ao ataque ou mais a defesa, mas há quase sempre uma certeza: Di María vai desequilibrar. O argentino tinha marcado frente ao Boavista, apesar da exibição mais cinzenta, e esta noite subiu o nível. Baixou muitas vezes para pegar na bola e servir os colegas, e fê-lo com relativo sucesso. Foi também um perigo à solta na ala direita, com os seus dribles desconcertantes, e até em zonas de finalização apareceu – falhou perante Dani Figueira a acabar a primeira parte e a acabar os 90 minutos esteve perto de um dos golos do ano. Mas foi mesmo no passe que se destacou, seja em bola corrida ou em bola parada. Com outra eficácia (e outra sorte), podia ter saído de Leiria com um par de assistências no bolso.

João Neves

É a alma do Benfica, João Neves. Até entrou de forma mais discreta na partida, mas com o passar dos minutos foi crescendo. Tem de limar arestas sobretudo no último passe – por vezes precipita-se –, mas de resto, o jovem de 19 anos é um médio de altíssimo nível. Forte nos duelos, ganhou várias bolas importante e depois com a bola nos pés também faz maravilhas. Não merecia perder.

Álvaro Carreras

Estreou-se de águia ao peito num momento difícil, nos últimos momentos da partida, mas saiu com nota positiva. Com exceção de um lance em que não esteve bem defensivamente, Carreras emprestou a profundidade que se exige a um lateral de uma equipa como o Benfica – e que não existe praticamente desde a época passada. Esteve em dois lances de perigo na parte final da partida.