Nico Gaitán, jogador do Benfica, falou com os jornalistas após a goleada frente ao Marítimo na final da Taça da Liga (2-6). O argentino despediu-se dos adeptos e foi alvo de grande parte das atenções no final do encontro.

Ao que o Maisfutebol apurou, Gaitán está perto do Atlético de Madrid e viaja nas próximas horas para Espanha, antes de se juntar à seleção da Argentina.

A transferência ainda não está, de qualquer forma, confirmada e o jogador alinha por essa lógica, dizendo apenas que recebeu a informação de que este seria provavelmente o seu último jogo pelo Benfica.

«Queria despedir-me em grande dos adeptos. Ainda não assinei nada, não sei se vou sair ou não vou mas está muito perto. A minha passagem pelo Benfica foi muito boa. Foram seis anos nos quais fui crescendo com a ajuda de todos os colegas, técnicos, médicos, de Rui Costa, do presidente… sempre me ajudaram e por isso estou muito feliz. Tenho de agradecer aos meus colegas nestes seis anos, conquistando ou não conquistando títulos, foram muito bons», começou por dizer.

Gaitán garante, aliás, que ainda não sabe se irá para o Atlético: «Não sei qual será o meu próximo clube, mas está muito perto a minha saída. Soube hoje ao meio dia que possivelmente seria o meu último jogo mas ainda não falei com o meu empresário para saber qual é a equipa para que vou. Salvio disse que valia 50 milhões? Quanto acha que vale? Ah… Isso é brincadeira de balneário. Acho que no futebol se fala muito em milhões quando há muita gente que não tem nada para comer. Eu não gosto de falar de números mas sei que o futebol mexe com muito dinheiro… Não coloco nenhum preço para mim.»

«Vivi muitos momentos marcantes nos seis anos de Benfica. Tive a sorte de estar numa equipa que conquistou muitos títulos. Foram muitos momentos lindos, mesmo quando não ganhámos, isso também faz parte do futebol. E mesmo não ganhando, conheci muita gente boa. Sempre quis jogar em Espanha ou em Inglaterra ou numa liga mais forte… Não é que a liga portuguesa não seja forte mas não tem a visibilidade doutras ligas. Chegou a hora de deixar outros jogadores crescerem, como por exemplo o Gonçalo Guedes ou outros mais novos», salientou.

Carrillo pode ser o sucessor de Gaitán no Benfica? «Não gosto de isso do sucessor. Quando cheguei também disseram que ia ser o sucessor do Di María. O importante é que quem chegar reponha o trabalho feito pelo outro. Deixo uma palavra de agradecimento para toda a gente do Benfica, sempre me trataram muito bem. Vou ter muitas saudades de Portugal e de Lisboa. Cheguei como Gaitán e vou-me embora como Nico, como aconteceu no Boca. Quando te tratam pelo nome… o carinho é outro.»

«Quero dizer obrigado aos adeptos, são muito consistentes e apoiam a equipa com muito fervor. Uma pessoa nunca gosta de chorar, já tinha acontecido numa das finais da Liga Europa… mas foram muitos anos, com momentos bons e outros não tanto. Cresci com pessoa e aprendi muita coisa aqui. Toda a gente me ajudou muito, daí ter reagido assim. Quando temos sentimentos, não os podemos esconder», frisou, agradecendo ainda aos dois treinadores que teve no Benfica: «Com Jorge Jesus, aprendi muito. Quando cheguei jogava a avançado e ele colocou-me como extremo, contra a minha vontade. Tacticamente, Jesus é um dos melhores, não há esconder isso. Aprendi também com Rui Vitória e a sua equipa técnica no último ano. A tranquilidade que transmite para dentro e a facilidade de comunicação mais a sua capacidade tática ajudaram-nos a ser campeões. Não conseguimos assimilar as ideias tão rápido mas com o tempo fomos lá e conseguimos ganhar.»