Na cidade de Diadema, perto de de São Paulo, o nome de Bob Marley é uma espécie de paliativo que acalma a dor. O rei do
reggae inspirou uma Organização Não Governamental a criar um clube de futebol e a retirar das ruas dezenas e dezenas de jovens brasileiros.
A 5 de Maio de 2000 nasceu, então, o Família Bob Marley Futebol Clube. O emblema compete na segunda divisão da Liga Paulista de Futebol Amador e é presidido por Valmir Pereira. «A escolha do nome foi fácil. Aqui há muitos jovens que se identificam com a forma como o Bob Marley viveu, com a sua música e a sua mensagem», explica o dirigente ao
Maisfutebol.
«Na hora de escolher uma identidade, todos os fundadores concordaram que jogar com a imagem de Bob Marley no emblema seria uma inspiração-extra. Na verdade tudo tem corrido da melhor forma e em Dezembro subimos da terceira à segunda divisão amadora de São Paulo.»
O Famíla Bob Marley F.C. é muito mais do que um clube de futebol, porém. «Organizámos muitos eventos, sempre a pensar nos mais carenciados. Temos o Dia das Crianças, a festa de Natal e o aniversário da nossa instituição. Nesses dias não falta alegria nas nossas humildes instalações.»
No campeonato de 2010, o Bob Marley F.C. ocupa o sétimo lugar. Apesar da equipa ser «completamente amadora» tem o sonho de arranjar apoios para fazer uma digressão pela Jamaica. «Adoraria visitar o cemitério onde o nosso mestre está sepultado», explica Valmir Pereira.
Bob chega ao soccer de Maryland
O
Bob Marley Soccer Tournament realiza-se ininterruptamente desde 1981, ano da morte do músico. Aston Ellis, amigo de infância, é o mentor e o grande entusiasta do projecto. «Nenhum torneio de futebol se realiza há tantos anos nos EUA», diz, orgulhoso, ao
Maisfutebol. «Todos os anos unimos equipas do Canadá, Trinidad e Tobago, Jamaica e outros países das Caraíbas sob o nome do Bob Marley.»
Aston Ellis foi, desde sempre, apaixonado por futebol. Nasceu na Jamaica e radicou-se nos Estados Unidos. A morte do amigo fê-lo pensar na melhor forma de o homenagear. «Toda a gente percebe a relevância cultural do Bob Marley, não só nas Américas, mas também no mundo. Ao criar este evento tentei fazer com que todos se divertissem a jogar futebol, a ouvir música e a conviver, sempre com a imagem do Bob na cabeça.»
Ano após ano, o torneio alcança uma dimensão maior. Em 2009, por exemplo, cerca de dez mil pessoas estiveram a ver os jogos. A memória de uma das figuras mais proeminentes da arte jamaicana prevalece bem viva. Mas nem tudo corre na perfeição.
«Vivo numa zona conservadora, no Estado de Maryland, e nem todos compreendem a importância deste torneio. Recebemos imensas queixas, relacionadas com o barulho e com o estacionamento indevido de automóveis. O problema é que as autoridades não nos atribuem um local único. Temos sempre de andar a saltar de campo em campo.»
Algumas imagens de Bob Marley a jogar futebol:
Internacional
11 mai 2010, 13:36
Bob Marley, o futebolista: um clube, um torneio, uma alma
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