A FIGURA: Pepe

Capitão até ao fim. Aos 40 anos, Pepe continua a jogar na alta roda do futebol europeu e a ser a principal referência defensiva do FC Porto. Só esse feito já é notável. Mas esta noite, Pepe fez jus à sua condição de capitão, em todo o campo, do início ao fim, nos mais pequenos gestos. Defensivamente, coube-lhe um par de intervenções decisivas para evitar o golo do Antuérpia, mais foi lá na frente, já depois dos 90m, que ele subiu nas alturas para fazer o golo da tranquilidade dos dragões. Um golo para a história: voltou a marcar na Champions 11 anos depois e tornou-se no primeiro quarentão a fazê-lo na competição! Pelo meio, pouco depois da meia-hora, coube-lhe o papel de líder ao tirar a bola das mãos de Varela e entregá-la a Evanilson, para o brasileiro bater o penálti que deu o primeiro golo.

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O MOMENTO: minuto 90: tensão numa área, celebração na outra

O Dragão assobiou quando, em cima do minuto 90, Muja falhou por centímetros o golo do empate do Antuérpia, que jogava há mais de meia-hora com menos um. Com a equipa a tremer, coube ao capitão Pepe o papel de tranquilizar: subiu na área contrária e cabeceou para o fundo da baliza. Depois da tensão numa área, a celebração na outra: 2-0. O primeiro golo de Pepe na Liga dos Campeões desde que marcara pelo Real Madrid frente ao Dortmund em 2012.

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OUTROS DESTAQUES:

Pepê

Um dia depois da estreia nos convocados da seleção do Brasil, o brasileiro voltou a mostrar a versatilidade de recursos que o torna no jogador mais polivalente da equipa. Esta noite, sobre o flanco esquerdo, pontualmente ao direito, quando trocava com André Franco, mostrou porque as mais brilhantes centelhas de criatividade do ataque portista partem dos seus pés.

Zaidu e João Mário

O nigeriano voltou quase dois meses depois da lesão frente ao Shakhtar, na estreia nesta edição da Champions, e trouxe aquilo que melhor o caracteriza: velocidade sobre o corredor esquerdo. A sua inclusão fez com que João Mário voltasse ao seu lugar no flanco oposto da defesa para rubricar mais uma boa exibição, sobretudo nas incursões ofensivas.

Stephen Eustáquio

Em contraste com Varela, uma âncora no meio-campo defensivo, o internacional canadiano cumpre a função como médio com mais chegada à frente. E foi precisamente aí, a tentar uma recarga, que sofreu a falta que valeu o penálti com que o FC Porto se colocou em vantagem ainda antes do intervalo.

Evanilson

Mais de metade dos seus (sete) golos desta época tiveram o Antuérpia como vítima. Depois do hat-trick na Bélgica, o brasileiro voltou a marcar, desta vez de penálti, já depois de falhar uma excelente oportunidade aos 15m. No segundo tempo, voltou a provocar movimentos para tirar de posição a defesa adversária, tentando combinações com Taremi.

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Vermeeren

Com apenas 18 anos e 273 dias de idade, Vermeeren foi esta noite no Dragão o segundo mais jovem capitão de equipa num jogo da Liga dos Campeões. O mais jovem foi precisamente um portista: Rúben Neves tinha 18 anos e 221 dias de idade quando capitaneou a equipa do FC Porto frente ao Maccabi Tel-Aviv em outubro de 2015. Um prémio para o jovem prodígio belga, que já é internacional A, apesar de não ter brilhado esta noite no Dragão.