O herói do Chelsea, vilão do Benfica, em Amesterdão teve de aparecer para resolver um jogo polémico com o Aston Villa e deixar os londrinos sozinhos na liderança da Premier League.

Os blues entraram bem, mas trocaram muito cedo as chuteiras pelos sapatos de gala. Viveram demasiado tempo de um rendimento mínimo, deixaram-se empatar em cima do descanso real e só um decisivo Cech a segurar e Ivanovic a marcar deram o triunfo aos londrinos. A ida ao banco de Mourinho também foi boa, ainda que demorada.

Duas trocas

O treinador português fez duas mudanças em relação ao onze que encantou meia-hora frente ao Hull. Saíram De Bruyne e Torres, entraram Mata e Demba Ba. Ora, quando Hazard apareceu na área depois de um bom passe de Lampard para Óscar e um excelente do brasileiro para o belga pressentiu-se o golo. Luna acabaria por introduzir a bola na própria baliza, depois de Hazard rematar e Guzan defender contra o colega.

Aos seis minutos, a ideia era que o Chelsea ia decidir tudo outra vez cedo. Mas o Aston Villa percebeu a dinâmica londrina, tapou Mata, Óscar e Hazard e deixou Demba Ba em fora de jogo. A jogada mais vista do ex-Newcastle foi ser apanhado entre a defesa do Villa e o guarda-redes. Em posição irregular, portanto.

Ora, com os três médio-ofensivos «ocupados» com adversários e sem Lampard e Ramires arriscarem passar a linha de pressão que tinham à frente, Ba era preciso maior apoio quer de Ivanovic, quer de Cole, mas também de Ba. O sérvio ainda deu algum à direita, mas tanto o lateral como o avançado nunca o fizeram.

Assim, o Aston Villa começou a rondar a área do Chelsea. Não causava grande perigo, mas os londrinos também não tinham precisado de muito para marcar. Um remate de Óscar tinha sido a meia-ocasião do encontro desde o 1-0, até que Agbonlahor cruzou da esquerda e Benteke isolou-se na lista de melhores marcadores: recebeu com o pé direito, bateu de pé esquerdo e empatou. Ao minuto 45.

Lukaku e Schürrle trazem evolução

Mourinho preferiu não mexer, mas Demba Ba continuava a ser nulo no ataque e aos 62 minutos Agbonlahor dizia ao treinador português que era melhor fazer alguma coisa, com um remate em arco que passou perto da baliza. Um minuto depois, Mourinho já tinha a certeza de que tinha de mexer na equipa, com Weimann a atirar ao segundo poste para uma defesa decisiva de Cech.

Mata e Ba deixaram o campo e assim que Schürrle e Lukaku pisaram a relva o Chelsea melhorou. O alemão entrou determinado a rematar, enquanto o avançado era aquilo que os que médios precisavam: uma referência na frente, para tabelar e entrar na área.

Ainda assim, foi num livre que o Chelsea chegou à vitória. O defesa goleador dos londrinos partiu de posição irregular, mas não perdoou quando a bola ficou a jeito de um cabeceamento. Ivanovic deixava o Chelsea na frente, mas não o deixou descansado, até porque esteve muito próximo de ser expulso por lance com Benteke.

Ainda que Lukaku tivesse o 3-1 nos pés - o belga foi a léguas melhor do que Ba - o Aston Villa deu ideia de que não vai ser uma equipa a lutar pela fuga aos últimos lugares como na época passada. Atacou a baliza de Cech que ainda evitou o 2-2 com uma defesa com os pés. E «atacou» o árbitro também, por não ter dado um penalty por mão de Terry.

Mourinho viveu o momento tenso com um gesto para o treinador contrário. Paul Lambert reclamou penalty, o português disse-lhe que não e depois do apito final saiu disparado para o balneário. O «happy one» sofreu mais do que se esperava, mas isto é a Premier League. E como tal, o próximo jogo é gigante para o Chelsea: vai a Old Trafford segunda-feira, casa do campeão Manchester Utd.

Chelsea: Cech; Ivanovic, Cahill, Terry e Cole; Ramires e Lampard; Mata (Schürrle, 66), Oscar (Van Ginkel, 84) e Hazard; Demba Ba (Lukaku, 66).

Aston Villa: Guzan; Lowton, Vlaar, Clark (Okore, 43) e Luna; El Ahmadi (Tonev, 82), Westwood e Delph; Weimann, Benteke Agbonlahor.