O MELHOR: Jardel
Aboubakar não é capaz de parar um segundo, incomoda, chateia, mas Jardel foi capaz de fazer uma correta gestão de danos. Veloz, forte no ar, teve uma mão cheia de ações decisivas nas proximidades da área das águias. Num jogo em que o apelo ao sacrifício e à consistência coletiva impôs as suas leis, Jardel teve um papel fundamental, foi um poste de alta tensão, até no duelo verbal com Maicon no caminho para o intervalo. Bastante acima de Luisão em todos os aspetos.

MENÇÃO HONROSA: Mitroglou
Pelo ar é um monstro, pelo chão segura e protege bem a bola, está longe de ser um tosco. Assustou Iker Casillas em três jogadas, sempre em cabeceamentos venenosos, sempre a piscar o olho ao golo. Excelente complemento vitamínico ao futebol mais puro e técnico de Jonas. Assim, Raúl Jiménez vai ter de continuar à espera.

O PIOR: Eliseu
Perda de bola ridícula, em zona proibida, perto do intervalo; dois balões para a frente, sem sentido, à procura não se sabe bem de quê; ultrapassado por Aboubakar com uma finta básica, mas eficaz, à entrada da área; dificuldades para travar o talentoso, mas desadaptado, Corona; mal a cruzar nas poucas vezes em que apoiou o ataque. Pouco se salva na noite de Eliseu.

A CRÓNICA DO JOGO: coração portista

OUTROS DESTAQUES:

Nico Gaitán: «picado» com  Maxi no primeiro tempo, altura em que foi uma valiosa unidade no apoio defensivo. Quando teve a bola controlada no pé esquerdo, colocou a defesa do FC Porto em sentido. No estádio sentiu-se isso perfeitamente. Nico impõe respeito aos adversários, seja ele Maxi, Maicon ou qualquer outro na Liga portuguesa. E mesmo quando não tem uma noite perfeita, como foi o caso, é sempre capaz de dar qualquer coisa de especial ao jogo.

Nélson Semedo: comete erros, claro; é imprudente em algumas situações, sem dúvida. Mas tem coragem, arrojo e uma dinâmica espantosa. Travou uma luta diabólica com Brahimi. Perdeu muitas vezes, ganhou outras. Percebeu bem cedo que não podia dar a linha de fundo ao argelino e, com isso, minorou as consequências do talento de Yacine. Deixem-no jogar, dêem-lhe minutos, Nélson pode muito bem ser o futuro lateral da Seleção Nacional.

André Almeida: a surpresa reservada por Rui Vitória acabou engolida pelo meio-campo do FC Porto na segunda parte. Na primeira cumpriu, entregou a bola com cabeça, soube funcionar como tampão e esteve até uns furos acima de Samaris. Mas a barragem desabou com o aumento do fluxo de futebol portista. E André foi levado pela enxurrada.

Júlio César: adiou o golo do FC Porto até perto do fim. Não fez defesas espantosas, uma exibição extraordinária, embora tenha sido capaz de contagiar os colegas com segurança e concentração. Ótima ação no frente a frente com Aboubakar, quando se lesionou e assustou o banco do Benfica. O Clássico teve dois bons guarda-redes.