O futebol português já nos mostrou situações bastante desconfortáveis ou, pelo menos, desconcertantes.

Mas o dia de hoje introduziu uma novidade: uma Liga de futebol profissional fechada por ordem do seu presidente.

Mário Figueiredo deu ordens aos serviços para encerrar esta sexta-feira toda a atividade da Liga, facto que gerou a estupefação dos próprios funcionários.

A intenção: impedir que os clubes que pediram AG extraordinária para destituir Mário Figueiredo levassem a cabo a reunião magna nas instalações da Liga, depois do presidente da AG, Carlos de Deus Pereira, ter voltado a recusar a marcação.

Liga fechada, clubes impedidos de entrar na sede da instituição que representa o futebol profissional.

Em sexta chuvosa e fria na cidade do Porto, era ver Pinto da Costa, presidente do FC Porto, Antero Henrique, diretor-geral portista, Rui Alves, presidente do Nacional, António Salvador, presidente do Braga, José Eduardo Simões, presidente da Académica, Tiago Ribeiro, presidente do Estoril, entrou outros dirigentes de clubes, na rua, impedidos de entrar na Liga.

Com tanta chuva, os dirigentes até se abrigaram na bomba de gasolina situada em frente à sede da Liga.

José Eduardo Simões foi o porta-voz da indignação, literalmente à porta de uma Liga trancada: «Os clubes vão apresentar queixa do que se passou aqui. Não vai ocorrer AG extraordinária, porque somos responsáveis e queremos que haja a capacidade e a dignidade para podermos reunir lá dentro, que é a sede da Liga. As autoridades policiais já tomaram conta da ocorrência. Vamos executar todas as ações jurídicas que este ato do presidente da Liga nos suscita fazer. Vários tipos de queixas, em várias instâncias: FPF, procuradoria-geral da República...

Tudo é possível, mesmo, no futebol português...