Dois golos, um penálti ao poste, um cabeceamento à trave e um outro lance em que o hat-trick lhe fugiu pela ponta dos dedos dos pés frente à Letónia (4-1). Cristiano Ronaldo foi, por aquelas razões, protagonista no último jogo da seleção nacional em 2016, um ano de ouro, em que se sagrou Campeão da Europa. 

Nesta noite, o mais internacional dos portugueses de toda a história chegou ao triunfo 80 pela equipa portuguesa. Um somatório incrível, para o qual contribuiu também um golo estreante de William e o 11º de Bruno Alves (mais as assistências de Quaresma, a detonar o muro letão). E já que a conversa está em golos, vamos lá falar sobre o mesmo de sempre: CR7, assinatura reconhecível em qualquer campo do mundo, com a camisola do Real Madrid ou com a das quinas que fazem dele o melhor no ativo do mundo das seleções.

Sete golos nesta fase de qualificação, 25 entre apuramentos e fases finais de mundiais

O madeirense não fez qualquer minuto com a Suíça, por causa da lesão sofrida na final do Euro 2016, em França. Mas a partir daí entrou numa sequência incrível, a melhor desde que começou a representar a equipa principal do país, ainda que os adversários tenham sido mais acessíveis. Números, porém, são números.

Não é a primeira vez que Cristiano Ronaldo passa três jogos seguidos da Seleção Nacional a faturar: em 2013, fê-lo uma vez e começou outra que terminaria no ano seguinte, com um só jogo em branco de intervalo.

Os números são estes:

A 10 de junho daquele ano, golo à Croácia, em particular na Suíça; a seguir, outro golo à Holanda, no Algarve, de novo em amigável; a sequência terminou com hat-trick à Irlanda do Norte, em Belfast, a 6 de setembro.

A pausa aconteceu a 11 de outubro, num empate em casa com Israel.

Depois, mais «ketchup»: chegou a Suécia para jogar o play-off de apuramento para o Mundial 2014 e foram quatro golos, um cá, três lá em Solna. A sequência fechou com bis aos Camarões, em Leiria, já em 2014 (março).

Apuramento Mundial 2014: Ronaldo foi à Suécia marcar um hat-trick e selar passagem portuguesa para o Brasil

Portanto, a melhor série de Ronaldo na seleção era esta: três jogos seguidos a marcar, 6 golos apontados nesse trio de partidas.

O que é que ele fez neste domingo? Completou novo trio de encontros a marcar, mas agora com quatro a Andorra, um às Ilhas Faroé e dois à Letónia=7 golos. 

Tantos golos como ele na qualificação europeia para o Mundial 2018 só Lewandowski.

No entanto, Cristiano Ronaldo está agora a quatro golos do recordista de apuramentos para o Campeonato do Mundo: Andriy Shevchenko fez 26 golos nas qualificações, o madeirense tem 22.

Se a esses juntarmos os três golos que Cristiano Ronaldo apontou em 2006, 2010 e 2014, um por cada respetivo mundial, vemos que o camisola 7 já ultrapassou Pauleta em golos «mundialistas»: são 25 para o madeirense, 23 para o açoriano.

No entanto, e como Ronaldo parece olhar sempre à frente, aqui fica o que lhe falta: nesta noite, tornou-se no jogador no ativo com mais golos em seleções. São 68 agora, os mesmos que o guatemalteco Carlos Ruiz, tantos como o irlandês Robbie Keane e o fantástico Gerd Müller, da Alemanha. Estes dois já estão retirados, porém.

Ali Daei: 149 jogos, 109 golos pelo Irão entre 1993 e 2006; esteve no banco frente a Portugal, no Mundial da Alemanha

Significa isto que, no ranking histórico de todas as seleções, desde as Américas a África, Europa, Ásia e Oceânia, Cristiano Ronaldo é 16º de sempre.

No topo, está o mítico Ali Daei com 109 golos em 149 jogos pelo Irão. O jogador mais próximo é Stern John, de Trindade e Tobago, com 70.

Porém, quando se olha para o continente europeu, Ronaldo já só vê três futebolistas à frente. Ferenc Puskas (84, Hungria), Sandor Kocsis (75, Hungria) e Miroslav Klose (71, Alemanha).

Nada que um hat-trick não resolva, portanto, para entrar no pódio. Mas só em março.