Portugal voltou a golear em mais um jogo a contar para a fase de qualificação do Mundial 2018, respondendo da melhor forma ao triunfo da Suiça, sobre as Ilhas Faroé.

O resultado final ilude em relação às dificuldades sentidas pela campeão europeu, que teve que derrubar o muro que a Letónia colocou em frente à sua baliza. Ricardo Quaresma foi um dos detonadores que deixou a baliza letã a descoberto e Cristiano Ronaldo voltou a marcar pela sexta vez consecutiva no Estádio Algarve. Agora, o capitão bisou.

Fernando Santos delineou a Seleção Nacional em 4x4x2, e efetuou três alterações em relação ao onze que goleou as Ilhas Faroé no dia 10 de outubro, colocando Bruno Alves no lugar de Pepe (castigado), Raphael Guerreiro e vez de Antunes e Nani recuperou o lugar que foi de Ricardo Quaresma, em Thorshavn.

Como se esperava, e como avisara na conferência de imprensa na véspera, Marians Pahars colocou em campo uma equipa preocupada em não dar espaços à criatividade dos jogadores portugueses, colocando dois médios de contenção à frente do quarteto defensivo e deixando apenas o regressado Rudnevs entalado entre a defesa portuguesa.

Os letões mostravam-se competentes na missão que levaram para o relvado algarvio e Portugal sentiu muitas dificuldades em encontrar espaços e situações de superioridade à entrada da área.

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A liberdade dos jogadores portugueses apenas era concedida em zonas recuadas do meio-campo, mas quando a bola era colocada nas alas ou em zona frontal aparecia sempre a solidariedade letã. Exatamente por isso, Nani e João Mário trocaram muitas vezes de posição, e Cristiano Ronaldo encontrou sempre uma perna pela frente quando tentava furar.

Apesar de ter o controlo do jogo e pouco com que se preocupar defensivamente porque a Letónia também não conseguia sair em transições rápidas para o ataque, Portugal apanhou um grande susto num pontapé de canto, quando Tarasovs apareceu solto ao primeiro poste a desviar, valendo a atenção de Rui Patrício a evitar o golo.

Foi o único registo ofensivo da Letónia na primeira-parte.

O acerto defensivo da Letónia foi traído por uma entrada imprudente de Freimanis, que perto da meia-hora rasteirou Nani dentro da área. Na grande penalidade, Cristiano Ronaldo não vacilou e com um remate forte colocou Portugal em vantagem.

No entanto, a Seleção Nacional não conseguiu aproveitar da melhor forma o avanço no marcador e as dificuldades em entrar na área e conseguir situações favoráveis de finalização continuaram, e o recurso a remates de fora-da-área foi privilegiado, todos com direção ao guarda-redes.

Portugal reentrou com vontade de resolver logo a questão, na segunda parte, e flanqueou mais o jogo, mas superioridade numérica dos letões na área ia anulando as investidas.

Quaresma detonou o muro: veja os destaques deste encontro

Até que numa entrada de André Gomes pelo centro, Kjuskins trava a progressão do médio português dentro da área e Bobby Madden assinalou a respetiva infração. Cristiano Ronaaldo foi novamente chamado para converter mas o remate foi tão colocado que levou a bola a embater na base do poste direito da baliza de Vanins, que se lançara para o lado contrário.

Há muito que a Letónia não passava da linha do meio-campo, por isso foi com surpresa que Zjuzins empatou, aos 67 minutos, aproveitando um ressalto em Rudnevs.

No entanto, a surpresa só duraria dois minutos, porque Ricardo Quaresma, que entrara quatro minutos antes para o lugar de Nani, cruzou milimetricamente para a cabeça de William Carvalho, que acompanhou muito bem o lance e finalizou sem oposição.

Um golo que teve o condão de não deixar a seleção nacional muito tempo a correr atrás do prejuízo e que conformou os letões à superioridade portuguesa, que viria a ser mais evidente nos minutos finais, com Quaresma em evidência ao fazer a assistência para novo golo,  num remate acrobático de Cristiano Ronaldo. O capitão esteve perto de voltar a marcar, em novo cruzamento de Quaresma, mas a bola embateu com estrondo na barra.

O resultado final foi feito por Bruno Alves, que de cabeça respondeu da melhor forma a um cruzamento de Raphael Guerreiro. A goleada foi construída nos últimos minutos do jogo e não espelha as dificuldades sentidas pela seleção nacional na maior parte do jogo. Mas, como afirmara Fernando Santos, os três pontos estão sempre em primeiro lugar. A diferença de golos vem depois.