Despedido no Bonfim, Domingos Paciência não atravessa uma boa fase na carreira. E essa fase dura há quatro épocas.

O treinador falhou em quatro projectos: Sporting, Kayserispor, Deportivo e Vitória Setúbal.

Fica a ideia que escolheu sempre mal desde que saiu de Alvalade: o último classificado na Turquia, um Corunha longe dos velhos tempos e já em dificuldades na tabela, e um Vitória instável, como o tem sido nos últimos tempos.

Em Leiria e em Coimbra ainda estava a começar, em Braga teve pressão a sério pela primeira vez, mas o clube terá sabido enquadrá-lo bem numa estrutura estável, com bons resultados. Já em Alvalade, passou mais tempo a descoberto e as coisas correram mal.

Domingos mostrou, nestes quatro anos, problemas de imagem e de comunicação. Viram-se-lhe no banco expressões corporais que o traem e apresenta um discurso que, muitas vezes, não faz sentido, como a habitual fuga para as arbitragens. Não sabemos, obviamente, como comunica para dentro, mas a amostra do que se vê exteriormente não é positiva.

Tecnicamente, com a experiência e vivência que teve enquanto jogador, Domingos terá adquirido riqueza para ser melhor do que foi nestes quatro anos.

O problema é precisamente esse: são já quatro anos. Aquela imagem do treinador que levou o Sp. Braga a lutar pelo título e à final da Liga Europa dissipou-se. E, acho que todos concordamos, que não será fácil que lhe entreguem a «cabeça» de bons projetos.

E agora, Domingos?

Luís Mateus é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no Twitter.