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República Checa: a análise

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É fácil saber o que esperar de uma equipa de Jaroslav Silhavy, mas isso não significa que seja fácil defrontá-la. Agora com 59 anos, o selecionador checo ocupa o cargo desde 2018 e, tal como tinha feito nos clubes por onde passou, formou uma equipa trabalhadora, pressionante e forte defensivamente.

Silhavy prefere que a bola circule depressa, em vez de um estilo mais complexo, e gosta que a equipa crie situações de finalização em poucos passes. A velocidade é valorizada para atacar. Para além disso é uma seleção forte nas bolas paradas, algo óbvio com jogadores como Tomas Soucek, Alex Kral, Patrick Schick, Michael Krmencik, Zdenek Ondrasek e Antonin Barak.

«São uma equipa muito moderna. É agradável vê-la jogar. São uma equipa forte, com poder e energia», disse o selecionador da Bélgica, Roberto Martínez, depois do recente empate a um golo.

A seleção checa teve a segunda melhor defesa no grupo de qualificação, recuperando assim da goleada por 5-0 sofrida logo no primeiro jogo, frente a Inglaterra. Nos restantes cinco jogos só concederam seis tentos.

O problema é marcar golos. Só conseguiram 13 golos em oito jogos, e por vezes ficou a ideia de que a estrela da equipa, Schick, que marcou 19 golos na Liga alemã nos últimos dois anos, entre Bayer Leverkusen e Leipzig, jogou muito sozinho na frente. É um avançado muito rápido, com bons movimentos, tecnicamente evoluído, mas com a equipa montada como costuma estar, a apostar sobretudo no contra-ataque, as oportunidades são poucas. No último jogo da fase de apuramento para o Mundial, frente ao País de Gales, Schick perdeu mesmo a calma e atingiu Connor Roberts com uma cotovela, recebendo ordem de expulsão. A seleção checa perdeu 1-0.

Silhavy gosta de distribuir a equipa em 4x1x4x1, ou então 4x2x3x1, com Soucek a funcionar como um escudo ultradefensivo no meio-campo, seja sozinho ou com outro elemento a seu lado. Vladimir Darida, médio do Hertha de Berlim, de 30 anos, continua a ser a força motriz no corredor central, fundamental para levar a equipa para o ataque.

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Silhavy (AP)

O selecionador: Jaroslav Silhavy

Ficou conhecido como um defesa duro, nos tempos de jogador, e detém mesmo o recorde de cartões vermelhos da Liga checa. Alimenta uma imagem de “não-se-metam-comigo” também como treinador, e a verdade é que tem alcançado sucesso por onde tem passado. Começou como adjunto no Viktoria Zizkov, e depois no Sparta Praga. Depois de uma experiência algo dececionante como treinador principal do Viktoria Plzen, sagrou-se depois campeão com o Slovan Liberec e com o Slavia. Logo de seguida entrou em conflito com o diretor-geral do clube, Martin Krob, e saiu do Slavia, assumindo depois o comando da seleção.

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David Luiz com Alex Král

A figura: Alex Kral

É um jogador muito talentoso, semelhante a Tomas Soucek, mas que parece muito mais interessado em promover a imagem pública (o que não é difícil). O sósia de David Luiz tem uma relação muito boa com a comunicação social, o que ajuda, e é visto como um bom rapaz, amigável, de boas famílias, educado. É muito ativo nas redes sociais, algo que os fãs valorizam: «O segredo do futebol é a cabeça do jogador. O comportamento fora do campo. Se é muito empenhado ou se foge dos problemas», afirmou.

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Onze provável

4x1x4x1 (ou 4x2x3x1)

Vaclik; Coufal, Celustka, Kalas, Boril; Soucek; Masopust, Kral, Darida, Jankto; Schick.

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Tomas Holes (AP)

O jogador mais grato pelo adiamento: Tomas Holes

Muito aconteceu no último ano. Há doze meses era o lateral direito suplente do Slavia, na sombra de Vladimir Coufal. Curiosamente, após a saída deste para o West Ham, Holes não assumiu o lugar de defesa direito, mas sim o de médio defensivo, e agora é uma opção para Silhavy também para esse posto.

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O que os adeptos cantam

A federação checa pediu à famosa banda Tri Sestry (Três Irmãs) que fizesse uma canção para o torneio, e o resultado foi o tema «Ukazeme kuraz» («Mostrem a coragem». O efeito junto dos adeptos não foi o desejado, sobretudo por causa de alguns versos que recorrem a estereótipos como homens a ver futebol enquanto bebem cerveja, ao mesmo tempo que as mulheres limpam a casa.

Assim sendo, como em muitas ocasiões no passado, os adeptos checos viraram-se para o clássico « Ať žije fotbal!» («Longa vida ao futebol»), do duo formado por Jaroslav Uhlir e Karel Sup, em colaboração com Amfora, um grupo de famosos atores, cantores e antigos jogadores.

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O que os adeptos dizem

«Kdo neskace, není Cech. Hop, hop, hop!»

«E quem não salta não é checo»: um clássico.

«Cesi, do toho!»

«Vamos, checos!»

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Michal Sadilek

Herói/vilão da pandemia: Sadilek

Os jogadores checos respeitaram as “bolhas” do confinamento e as regras de combate à pandemia. Um dos heróis foi Michal Sadilek, que enviou uma considerável verba (mais de 20 mil euros) para o hospital da sua cidade natal, Uherske Hradiste, e também ajudou a cidade vizinha de Unicov, que teve de ser fechada durante a pandemia.

Não surpreendeu que Sadilek tenha sido um dos jogadores a assumir uma responsabilidade social acrescida, uma vez que sempre foi um elemento muito equilibrado, que aprendeu muito ao mudar-se para os Países Baixos com apenas 16 anos, para ir jogar na academia do PSV.

Textos de Jan Podrouzek, que escreve para o iSport.

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