O Sporting lançou um empréstimo obrigacionista de 30 milhões de euros, para refinanciar um outro empréstimo obrigacionista que vence no final de novembro, tendo a esse propósito o administrador financeiro Salgado Zenha dado uma entrevista ao programa ECO24, da TVI.

Uma das perguntas que lhe foi colocada é como pode o Sporting convencer os investidores a emprestar dinheiro à SAD leonina nesta altura, depois de tantas convulsões com impacto na vida financeira leonina.

«Primeiro, estamos com capitais próprios positivos em cerca de meio milhão de euros e para o trimestre seguinte já temos a mais valia da venda do Rui Patrício. Isto é já capital de confiança que passa para o trimestre seguinte. Segundo, os refinanciamentos de qualquer empresa, seja de um grande grupo ou de um mais pequeno, são usuais, portanto os credores por vezes estão mais reticentes em emprestar dinheiro a alguém que quer aumentar o passivo do que a alguém que apenas quer manter o passivo. E terceiro, as pessoas quando investem no Sporting têm uma taxa de rentabilidade, e não é por acaso que pagámos um prémio superior ao FC Porto em 0,5 por cento», respondeu.

«Se formos ver o caso do FC Porto, esse sim tem capitais próprios negativos e não cumpre o fairplay financeiro, e nós estamos a pagar acima deles. Portanto este prémio já indica que estamos a fazer um esforço para recompensar o esforço dos investidores e para devolver a credibilidade perdida nos últimos meses.»

Francisco Salgado Zenha garantiu, de resto, que «a situação financeira do Sporting é muito melhor agora do que era há alguns anos».

«O que foi feito na anterior administração teve coisas boas e coisas más, mas efetivamente hoje temos a nível de ativos, particularmente de passes de jogadores, muito valor, que do ponto de vista contabilístico não está refletido. Temos os ativos referentes ao valor do plantel avaliados em cerca de 80 milhões de euros e se calhar só o Bruno Fernandes vale metade disso», acrescentou.

Por fim, Salgado Zenha garantiu que o Sporting não voltará a passar por uma situação como a atual, em que lança um empréstimo obrigacionista em cima do prazo de vencimento do anterior.

«Eu não refinancio um financiamento de 30 milhões de euros um mês antes de vencer. Isto não é, do ponto de vista financeiro, o rigor que eu ponho nas coisas. Eu não trabalho assim.»