Domingos Duarte aponta à equipa principal do Sporting em 2018/2019. Depois dos empréstimos ao Belenenses e ao Desp. Chaves, o central português acredita que pode ser aposta do novo treinador dos leões.

Ainda sem se saber quem substituirá Jorge Jesus, Domingos Duarte diz que tem trabalhado para corresponder e dar o melhor no seu «clube de sempre» e no qual está desde 2011/2012, depois de deixar o Estoril para rumar aos juvenis do Sporting.

Em entrevista ao Maisfutebol, o jovem jogador falou da formação em Alcochete e da boa época que fez em Chaves sob o comando de Luís Castro, um treinador que só lhe merece elogios, olhando também para o futuro em termos de clube e de seleção.

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Segunda época de empréstimos. Depois do Belenenses, o Desp. Chaves e a mesma quantidade de jogos: 32. Que balanço faz desta temporada?

Um balanço muito bom. Para mim foi uma temporada muito boa e aquela em que me senti melhor em termos de jogo e fisicamente. Fiz 32 jogos, é verdade, foi desgastante, mas não tanto como poderia ter sido pois não fomos muito longe na Taça da Liga e na de Portugal.

E o que retira deste empréstimo ao Desp. Chaves?

Sobretudo, desenvolvimento pessoal. Sinto que cresci muito, também por ter Luís Castro como treinador. Antes de ir, no verão passado, falei com o Rafa Soares - que o conhecia do FC Porto e do Rio Ave - e por isso sabia o que ia encontrar e como é que ele me poderia ajudar. Depois do que ouvi tomei essa decisão e foi a mais acertada.

As qualidades de Luís Castro são inegáveis…

Sim, é um treinador muito bom sem dúvida nenhuma. Espero que lhe corra tudo bem no Vitória. Em termos futebolísticos toda a gente já o conhece. Eu conheci também o lado mais humano dele e não tenho rigorosamente nada a apontar. Por exemplo, para o Matheus [Pereira] foi quase como um pai porque foi a primeira experiência dele fora do Sporting e ao início não foi fácil para ele.

O Desp. Chaves foi das equipas a jogar melhor futebol ao longo de toda a época. É mais fácil jogar com a ideia de jogo que Luís Castro tem, não é?

Muito mais. O melhor para nós, jogadores, é jogar e divertirmo-nos e com ele isso acontecia. Até o guarda-redes tinha liberdade para sair a jogar com os pés. Muita gente achou estranho jogarmos assim, por sermos o Desp. Chaves, mas a verdade é que jogar assim é melhor para todos, para quem joga e para quem vê.

Ainda assim, em termos de resultados, a época não começou bem e houve também alguns altos e baixos ao longo dos meses. Nunca desesperaram?

Não. Não começámos bem, é verdade, mas percebia-se que havia ali um crescimento. Mantivemos sempre a mesma ideia de jogo, de sair por trás, sem alterar nada até porque sabíamos que as coisas iam resultar mais tarde ou mais cedo e isso aconteceu.

Apesar de tudo ficaram em sexto e foi a melhor posição de sempre do Desp. Chaves. Foi uma classificação justa?

Justa ou não acho que se não nos tivessem impedido podíamos ter acabado noutra posição, mas estivemos bem. Claro que agora também, olhando para trás, percebemos que houve jogos em que podíamos ter feito melhor contra uma ou outra equipa. Confesso que depois do jogo com o Rio Ave [jogo polémico em que o Desp. Chaves acabou por perder], foi complicado para nós digerir a derrota. Sentimos alguma injustiça e isso prejudicou-nos também depois.

Tínhamos algumas hipóteses de chegar ao quinto lugar que daria acesso à Europa. Queríamos ir e sentimos que não nos deixaram. Depois da derrota com o Rio Ave estávamos completamente arredados… e claro que isso se sente depois em campo. Para o Desp. Chaves o sexto lugar foi bom, mas o quinto teria sido melhor e justo também.

E como foi viver em Chaves?

Difícil, também porque foi a minha primeira experiência fora de casa. No empréstimo ao Belenenses continuei aqui em Lisboa e a viver com a minha família. Para lá fui e fiquei sozinho, mas as pessoas do Norte são muito afáveis e gostam de ajudar, tornando tudo mais fácil. Mas lá não havia muito para fazer, não havia um shopping e cinema era só à sexta e ao sábado e nesses dias eu tinha estágio ou jogo. Acabava por ir ao Porto ou a Guimarães uma vez por semana, pelo menos.

Safou-se a viver sozinho pela primeira vez?

(risos) Sim. Vivia num apartamento, era eu que tinha de fazer tudo. Almoçava fora e tinha de cozinhar ao jantar.