Estoril-Sporting, 0-0 (crónica)

O Estoril a intrometer-se a sério nas contas do campeonato, outra vez. Agora, a fechar a primeira volta, tirou dois pontos ao Sporting, que corre o risco de perder a liderança no dobrar da Liga. É o que acontecerá se houver um vencedor no Benfica-FC Porto deste domingo. Zero golos na Amoreira, uma boa dose de moral para o quarto classificado da Liga e um balde de água fria para os leões. A visita ao Estoril já se antevia difícil, confirmou-se. Por mérito da equipa de Marco Silva, mais uma prova dada esta noite, mas também pela pouca qualidade e quantidade de jogo criado pelo Sporting.

Estava casa quase cheia na Amoreira, 5020 espectadores num jogo antecedido de um minuto de silêncio em memória de Eusébio, respeitado pelas equipas em campo e por todo o estádio menos pelas claques do Sporting.

Demasiado pequeno para merecer aqui mais referência, vamos ao jogo. Intenso, nem por isso bem jogado, no fim das contas bate certo o empate. Que penaliza mais os leões, obviamente. Vão no terceiro jogo sem ganhar e sem marcar, dois deles para a Liga. Não sofrem golos há sete jogos, é verdade, mas isso nesta altura não servirá de grande consolo.

Depois da exibição frente ao FC Porto para a Taça da Liga, sem golos mas com bons sinais, os leões não conseguiram aqui uma coisa nem outra. 

Leonardo Jardim fez uma alteração na equipa do Sporting, apostando em Wilson Eduardo na ala direita, em vez de Capel. Piris foi a opção natural para a defesa na ausência de Jefferson, castigado.

Marco Silva também não apresentou alterações drásticas no onze do Estoril, numa equipa que começou por demonstrar na Amoreira aquilo que tem sido ao longo da época. Muito bem arrumada, focada e com a lição bem estudada. Já tinha tirado dois pontos ao FC Porto, agora a vítima foi o leão.

O jogo começou com o Estoril a complicar a vida ao Sporting. Com atenção extra dos médios para manter Montero e as movimentações do ataque do Sporting sob controlo, a equipa da casa pegou mais na bola e complicou muito a construção de jogo dos leões.

Depois de uma saída de Vagner que intercetou uma iniciativa de Wilson Eduardo, o primeiro remate do jogo foi do Estoril, um pontapé de Gonçalo aos 13 minutos que fez a bola passar longe da baliza de Patrício. Nada de mais.

Mas até foi o Sporting quem teve a primeira grande oportunidade, cinco minutos mais tarde. Os leões conseguiram criar uma bela jogada, numa combinação entre Montero e André Martins, que deu para Wilson Eduardo rematar. Defendeu Vagner.

Não demorou muito até ao Estoril responder. E que perto esteve a bomba de Tiago Gomes. Ainda defendeu Patrício, a bola bateu na barra e o marcador continuou a zero.

Foram as melhores oportunidades da primeira parte e não houve muitas mais.

A segunda parte começou no mesmo tom da primeira. Muito combate a meio-campo, muitas faltas, muitas bolas longas, pouco sumo.

A meia hora do final Leonardo Jardim tentou agitar as coisas e operou duas alterações no Sporting. Sairam Wilson Eduardo e Carrillo, entraram Capel e Slimani

No minuto seguinte o Estoril esteve perto, muito perto de fazer o primeiro golo do jogo, num grande remate de Carlitos que fez a bola passar a centímetros do poste.

Mas o Sporting também acelerava e acabou mais pressionante. Pouco depois de os leões reclamarem penálti por um lance de Filipe Gonçalves na área, em que ficam duvidas, Montero esteve muito perto do golo, num livre.

O jogo abriu nos 15 minutos finais, altura que Marco Silva aproveitou também para mexer na equipa. Primeiro fez entrar Gerso, depois Balboa.

Podia ter entrado uma bola. Aquela de Adrien, aos 78 minutos, depois de um atraso inteligente de Slimani, mas em que a bola saiu por cima da barra. Ou a outra, de Gerso, depois de um contra-ataque em combinação com Balboa que deixou a defesa do Sporting para trás. Ou a de Rojo, defendida por Vagner. Mas não entrou nenhuma.

O jogo terminava em ambiente tenso, também nas bancadas, onde os adeptos do Sporting começavam a descarregar a frustração nas decisões de Pedro Proença. Acabou com uma garrafa atirada para o relvado e sentimento de desânimo por parte dos leões. O clássico de amanhã dirá quanto esta noite penalizou o leão na luta pela liderança, enquanto a do título não é assumida.