E se o futebol ajudar doentes com alzheimer? Esta é, pelo menos, a ideia defendida por duas investigadores que apresentaram um estudo em Salamanca, Espanha, com o título: «Futebol, um refúgio na recordação».
 
Laura Coll e Sara Domènech, respetivamente médica e psicóloga da Fundação Salut i Envelliment da Universidade Autónoma de Barcelona (UAB), apresentaram, em conferência de imprensa, os resultados de uma investigação que estão a levar a cabo e que se encontra, ainda, em «fase exploratória».
 
Para já, explicou Sara Domènech, já se constatou que «falar de futebol com pessoas com alzheimer ou outras demências melhora a sua atenção, beneficia o seu estado de ânimo e ajuda o profissional a conhecer melhor o seu paciente».
 
Laura Coll explicou, depois, que o programa recebeu o apoio da Federação Espanhola de Futebolistas Veteranos e do Instituto de Envelhecimento da UAB. «Trata-se de um tratamento não farmacológico que se pode utilizar como terapia de estimulação cognitiva», afirmou.
 
Ao conversar sobre futebol, os pacientes sentem-se num ambiente «de amigos» o que ajuda a «ter impacto emocional» no mesmo.
 
O estudo inicial foi realizado durante três meses, uma vez por semana ao longo de duas horas. «Foi aplicado entre seis e oito pacientes com deficiências cognitivas ou demências leves ou moderadas», explicou Domènech.
 
Nessas conversas eram usadas fotografias antigas e o tema centrava-se em ex-jogadores profissionais, para «ajudar os pacientes a recordar» e a «estimular com conversas de grupo».
 
O estudo vai agora prosseguir para que se possam tirar conclusões mais definitivas.