*Enviado-especial ao Euro 2016

O ambiente do Portugal-Islândia foi impressionante. Desde o momento do hino luso, ao quase-histerismo que surgia de cada vez que Cristiano Ronaldo tocava na bola ou Portugal partia para o contra-ataque ao fantástico cântico de apoio por parte dos Tólfan islandeses, quase um grito de guerra que fazia o tocar a reunir para os seus jogadores.

O MAISFUTEBOL tentou perceber as origens do cântico, verdadeiramente simples – um simples bater de palmas em uníssono e um uh! profundo em crescendo –, fazendo lembrar um pouco o haka neozelandês, embora esse seja feito em campo pelos jogadores dos All Blacks.

Até já tem umas variantes, uma vez que, por vezes, é intercalado com outro cântico, um Áfram Ísland! («Vamos, Islândia!»). O grito ecoou pelas bancadas e ultrapassou as fronteiras do estádio, surpreendendo várias pessoas que se encontravam na periferia.

Aqui, a partir do primeiro minuto, durante um jogo da fase de qualificação, em Reykjavik:

Ao que apurámos, o cântico ainda é algo novo nos jogos da seleção, e aí chegou há cerca de um ou dois anos via Stjarnan, um dos clubes da primeira divisão islandesa. Os adeptos deste emblema ter-se-ão inspirado depois de uma viagem à Escócia e ao reduto do Motherwell, numa partida relativa à Liga Europa. Primeiro, pensou que teria sido na Polónia, no Lech Poznan, mas as origens entretanto foram clarificadas.

Na verdade, não terá nenhuma implicação viking ou tribal, ou mesmo relação com o tal Haka do râguebi, tratar-se-á apenas um conjunto de sons para animar o ambiente, sem grande significado. Apenas um dos muitos cânticos que o grupo de apoio à seleção islandesa, os Tólfan, usa.

Os islandeses vão aumentar as suas forças em Marselha, muito por culpa do empate com Portugal. O resultado deixou o povo muito feliz e há muita gente a reservar voos e a comprar bilhetes desde Reykjavik. Dos mais de 8000 que estiveram frente a Portugal, em Saint Étienne, o contingente ultrapassará largamente os 10 mil no encontro da segunda jornada do Grupo F frente à Hungria.

Uma boa oportunidade para fazer ecoar o haka islandês pelas paredes do Vélodrome.