Foi há três semanas que Portugal conquistou o Campeonato da Europa, mas Cédric Soares admite que ainda não caiu em si.

No final das férias e antes de regressar a Inglaterra para se juntar ao Southampton, o lateral direito falou ao Maisfutebol e relembrou alguns dos momentos vividos em França.

O internacional português revelou o que Cristiano Ronaldo disse no intervalo do Portugal-França e respondeu ao ‘gozo’ de Éder, mas não se ficou por aí…

Não é novidade, mas… Portugal é Campeão da Europa: ainda é um sonho ou já acredita?

Ainda estou a cair em mim, acho que ainda não tenho bem a noção desta conquista. Mas, ao longo deste tempo e por ter passado algumas férias em Portugal, tenho vindo a perceber que foi memorável e algo histórico.

Foi fácil dormir nos dias seguintes?

Dormir? Foi fácil foi festejar (risos). Festejei muito. Estava e continuo muito feliz com esta vitória. Se soubesse que seria este o desfecho voltava a viver tudo outra vez. Foram momentos que jamais esquecerei.

E antes da final com a França conseguiu dormir?

Não muito bem, recordo-me que estava um pouco ansioso, mas acho que isso é algo normal. Há sempre essa ansiedade positiva, quanto mais numa final. Tinha um pouco mais do que o normal, mas lidei bem com ela e tentei não pensar muito nisso. Tentei abstrair-me e focar-me nos objetivos que tinha.

E como encarou a situação quando viu Cristiano Ronaldo sair do relvado em maca?

Foi muito difícil. Vê-lo a cair e a ser assistido, sabendo que para ele ser assistido é porque seria grave, foi complicado. Sabíamos que se saísse teríamos de alterar a estratégia, e foi o que aconteceu. Foi difícil até ao intervalo, mas depois das palavras dele no balneário fomos para o campo com outra motivação. A equipa acreditou que podíamos ganhar.

O que é que ele disse?

Disse que estava com o grupo e que, acima de tudo, acreditava que éramos capazes. Disse para acreditarmos que a vitória ia ser nossa. Foi basicamente isso. Que o jogo ia ser nosso pela nossa crença e pela forma de jogar, que unidos íamos conseguir essa vitória.

Vocês acreditavam mesmo nisso? Ficaram sem ‘o melhor do mundo’ e animicamente isso deve mexer com a equipa…

Sabíamos que ia ser ainda mais difícil e acho que começámos a correr ainda um pouco mais. Mas com as palavras dele, do Fernando Santos e com o apoio dos que estavam no banco, que foram incansáveis, conseguimos. Sabíamos que se nos uníssemos ainda mais tínhamos maior rendimento e foi isso que aconteceu.

Houve algum momento do jogo em que acreditou que Portugal seria campeão, por exemplo quando a bola do Gignac bateu no ferro?

Sabíamos que ia ser um jogo muito difícil e que íamos ter momentos em que íamos ter de sofrer. A França tem grandes jogadores. Ao ver a bola no último minuto a ir ao poste quase me parou o coração. Tínhamos essa fé. Desde o início, na fase de qualificação, durante o Euro, tínhamos fé que podíamos conquistar algo. Interiorizámos a ideia nas nossas cabeças e isso levou a que nos momentos difíceis e de aperto a equipa se unisse e dissesse que isto ia dar para nós.

Queriam muito a taça, mas quando entraram em campo e o troféu estava à boca do túnel nenhum jogador olhou para ela… por alguma razão em especial?

Foi? Estava centrado no meu ritual, a taça não está lá nos outros jogos, sei que entrei como costumo entrar. Lembro-me de me ter benzido e não vi a Taça. Estava lá no meio? (risos)

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