O F.C. Porto apanhou um susto, mas segue na liderança. Esteve 40 minutos em desvantagem frente ao «lanterna vermelha», mas acabou por dar a volta ao resultado, aproveitando também o deslize do Nacional frente ao Benfica. Lucho e Lisandro marcaram os golos e ajudaram a tornar ainda mais amargo o caminho que a equipa de Luís Castro tem de percorrer para sair da posição em que se encontra na tabela.
O último classificado da liga portuguesa chegava ao Dragão bastante desfalcado pelas lesões e pelo castigo do influente NDoye, mas isso não impediu a equipa de Luís Castro de gelar completamente o estádio do líder do campeonato com um golo quando ainda não se tinha completado meio minuto de jogo.
Surpreendidos pelo potente remate de Bruno Amaro, os «azuis e brancos» procuraram reagir, criando diversas oportunidades que não foram materializadas em golo por falta de sorte nuns casos e por demasiada ansiedade noutros. O público portista também não ajudou, revelando sinais de impaciência numa altura em que a sua equipa pressionava o adversário. A intranquilidade começou a notar-se entre os jogadores do F.C. Porto, facto que foi aproveitado pelo Penafiel para explorar o contra-ataque, tentando assim voltar a tirar partido do factor surpresa. Era notório que os penafidelenses tinham indicações para aproveitar todas as ocasiões que pudessem surgir, mas desta vez a defesa dos «dragões» já estava de sobreaviso e evitou o que seria uma grande humilhação.
Argentinos na reviravolta
O intervalo aproximava-se e a iminência de um resultado desfavorável não deixava descansados os adeptos, que não se livraram de ouvir uma reprimenda de Ricardo Costa. O cenário, porém, estava prestes a mudar. Lucho Gonzalez «imitou» Bruno Amaro e também chegou ao golo com um remate surpresa, aproveitando uma das raras distracções da defesa do Penafiel. Pouco depois Weligton, que já tinha feito várias faltas, derrubou Quaresma na área. Lucho foi chamado a marcar o penalty e não falhou.
No segundo tempo a equipa da casa manteve a pressão sobre o adversário, acabando por chegar ao terceiro golo numa bela jogada finalizada da melhor forma por Lisandro. Em tempo de festejos os adeptos do F.C. Porto não esqueceram Jorge Costa e dedicaram-lhe cânticos e uma faixa com uma subtil ironia para Adriaanse: «Perdoa-lhes capitão, eles não saabem o que fazem».
Até ao final do jogo os «dragões» criaram ainda mais ocasiões para dilatar o resultado, perante um Penafiel que, apesar das substituições, continuava a ter muitas dificuldades para incomodar a baliza de Baía. Nos minutos finais ainda procuram marcar um golo que talvez desse a ilusão de que a vantagem portista teria sido mais difícil do que efectivamente foi. Apesar de ser uma equipa já mais confiante, o Penafiel tem ainda muitas carências, estava desfalcado e dificilmente poderia ter feito mais do que fez: tentar surpreender e aproveitar os erros do adversário. As diferenças de qualidade entre os dois plantéis não davam para mais.