A metamorfose do rebelde sem causa. O «refilão» que andava sempre «no mundo da lua» transformou-se num par extremoso e num profissional responsável. As causas? O nascimento da filha, o carinho da esposa e a paciência de Paulo Fonseca.

Em entrevista ao Maisfutebol, o atual médio do Bursaspor aceita voltar atrás e falar sobre os anos mais complicados da sua carreira. E da sua vida.


É a segunda experiência no estrangeiro. A primeira foi em 2010 na Holanda, com o Venlo. Era um homem diferente?
«Tinha 19 anos e a minha mentalidade não era a correta. A forma como encarava o futebol não era boa. Estou mais maduro e equilibrado. Sinto isso todos os dias aqui na Turquia».

Quando sentiu que estava a mudar, a tornar-se melhor profissional?
«No meu segundo ano do Paços Ferreira. O nascimento da minha filha, o convívio com a minha esposa e o trabalho do Paulo Fonseca comigo foram momentos decisivos. Vou estar eternamente grato ao mister Fonseca. Ele deu-me força e motivação para continuar no futebol e mudar a minha cabeça».

Em janeiro de 2013 o Paulo Fonseca dizia-nos que o seu problema era a personalidade e não a qualidade enquanto futebolista. Dois anos depois, esse problema está resolvido?
«Sim, sou um homem mudado. Dentro do campo estava sempre tudo mal, só eu é que fazia as coisas bem. No balneário tudo passava, mas no relvado era um refilão. O Fonseca ajudou-me a perceber as coisas, a perceber que o mundo não gira à minha volta».

Se tivesse de descrever o Josué dos anos de rebeldia, de que forma o faria?
«É difícil. Não era maldoso, mas andava noutro mundo, no mundo da lua. A razão era só minha, faltava ao respeito a muita gente, mas pronto… nem gosto de me lembrar. Aprendi com os erros».

Além do Paulo Fonseca, que personagens o marcaram mais ao longo da carreira?
«Todo o grupo do Paços Ferreira no meu segundo ano no clube. Jogadores, médicos, equipa técnica, dirigentes… marcaram-me todos de forma muito positiva».

Onde é que se imagina daqui a um ano?
«Tenho contrato com o FC Porto por mais dois anos. Se não for lá, que seja no Bursaspor».

E o que deseja para 2015?
«Quero fazer assistências e golos no Bursaspor. Que tudo me corra bem na Turquia. A mim e ao clube».